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Crédito insuficiente afeta crescimento

Economista da Faep diz que acesso ao crédito deveria ser mais dinâmico e menos burocrático


A falta de crédito rotativo ainda é a principal reclamação dos produtores, destaca Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Ele aponta que o acesso ao crédito deveria ser mais dinâmico e menos burocrático no Brasil. Além disso, o volume disponível deveria ser maior. ‘‘O teto de financiamento para soja e milho é de R$ 650 mil e que o produtor paga a um juro de 6,75% ao ano. Se esse mesmo agricultor necessitar de um volume maior de dinheiro, o que sempre ocorre, terá que se capitalizar por meio de financeiras que chegam a emprestar a juros de 12% ao ano’’, compara.


No caso da agricultura familiar, o quadro também é preocupante, segundo Loyola. A previsão de recursos dispostos ao setor para a safra 2011/12 deve ser de R$ 16 bilhões, mesmo valor do ciclo anterior. Porém, no ano passado, desse total somente R$ 9,5 bilhões foram utilizados. O economista explica que os juros são atraentes e interessados não faltam, mas o alto índice de inadimplência e o sistema de enquadramento desse agricultor ao programa, junto com a burocracia, dificulta o acesso ao crédito pelos pequenos.

Além disso, Francisco Carlos Simioni, chefe da divisão de planejamento da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, diz que a falta de abertura de novos créditos para antigos devedores é um dos principais problemas. Na opinião dele, o governo tem que flexibilizar para aqueles que já quitaram as suas dívidas e que estão querendo mais recursos. Simioni reclama que o acesso ao crédito é difícil e espera que o governo reavalie essa política, principalmente para os pequenos produtores.


Só no Paraná, a agricultura familiar corresponde a 85% das propriedades de até 50 hectares. Pedro Loyola completa que as políticas de crédito atuais não fomentam o crescimento dos produtores. O economista destaca que os recursos dispostos para o agricultor familiar são poucos. Mesmo assim, muitos deles têm medo de perder. Um fenômeno que vem ocorrendo com frequência é exatamente o receio desse produtor crescer demais e perder os benefícios de um produtor familiar. ‘‘Se o agricultor expandir demais a sua área e, consequentemente a sua produção, ele pode não mais se enquadrar nos critérios exigidos pelo Pronaf. Por causa disso, muitos deixam de resgatar o recurso e não cresce’’, critica. (R.M.)

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