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Cresce mercado para frango brasileiro


Restrição à importação da carne européia pela Arábia Saudita beneficia as indústrias do País. A proibição das importações de frango da União Européia, sobretudo da França, pela Arábia Saudita deverá aumentar as exportações brasileiras da ave para aquele país - um dos principais compradores do País. Maior fornecedor mundial para Arábia Saudita, seguido pela França, os embarques das indústrias brasileiras para a região atingiram 255,98 mil toneladas em 2001, alta de 28% em comparação aos volumes de 2000. No mesmo período, as aquisições de frango francês pelos sauditas caíram 5,5%, para 107,17 mil em 2001.

No dia 25 de julho, o Ministério do Comércio da Arábia Saudita impôs uma proibição temporária sobre as importações de frangos e derivados, provenientes dos 15 países da União Européia, devido aos relatórios que mencionavam a probabilidade dos produtores de carne de frango do bloco utilizarem em ração animal hormônios nocivos aos seres humanos. Esses hormônios podem causar câncer e impotência nos consumidores, segundo relatório da comissão da UE.

A proibição irá afetar a França mais do que os demais países do bloco, que não são grandes fornecedores da ave. A França é o segundo país maior exportador de carne de frango para a Arábia Saudita, atrás do Brasil. Os frangos da empresa Doux, que representam a maioria das exportações para a região, são os mais afetados pela proibição. Em junho passado, o ministério vetou as compras de duas empresas brasileiras por questões sanitárias.

O ministério destruiu 300 quilos de carne importada de um país europeu depois de comprovar que a carne portava o hormônio proibido. Embora não existam informações oficiais a respeito da quantidade de frango francês que chegou aos portos da Arábia Saudita, depois de 25 de julho, os importadores estimam que as autoridades sauditas estejam retendo cerca de 200 toneladas de carne nos portos sauditas.

Preços

Em agosto, os preços de frango inteiro congelado do Brasil teriam aumentado US$ 50, atingindo US$ 850 e US$ 1.050 por tonelada, devido à proibição de frango francês. Os preços de setembro deverão subir mais US$ 50 por tonelada. Se a proibição não for revogada nas próximas semanas, os preços do frango do Brasil deverão alcançar US$ 1.200 em dezembro.

Segundo os importadores, os preços de custo e frete por tonelada de frango brasileiro nos portos sauditas variaram entre US$ 800 e US$ 1.000 no mês de junho, dependendo de marcas e quantidades importadas. Comparados com os preços da carne de frango da França, a tonelada do produto oscilou entre US$ 950 e US$ 1.050 por tonelada. Existem várias marcas de carne de frango brasileiras no mercado saudita, enquanto há apenas as marcas francesas Doux e TillySabco.

Importações

Em 2002, as importações sauditas de carne de aves estão previstas em 390 mil toneladas, uma queda de 2,5% do nível de 400 mil toneladas de 2000, devido à proibição das importações francesas. As perspectivas para 2003 sugerem um ligeiro declínio de cerca de 5 mil toneladas em comparação com as esperadas importações deste ano, em decorrência do aumento da produção local.

A produção de carne de ave na Arábia Saudita, sobretudo a de frango, está projetada em 472 mil toneladas em 2003, aumento superior a 6% sobre o esperado volume de produção em 2002, segundo o Ministério da Agricultura daquele país.

De acordo com o ministério, o aumento da produção de frango na Arábia Saudita deve-se ao fato de o país ter minimizado o problema da doença Newcastle (uma praga que ataca aves) que contribuiu para eliminar várias granjas de pequeno porte entre 2000 e 2001, além da planejada expansão de produtores atuais e da esperada entrada em operação de granjas recém autorizadas.

Em muitas épocas do ano, os frangos congelados da Arábia Saudita são mais caros do que os importados. A recém estabelecida Sociedade Cooperativa dos Produtores de Aves está comprometida em um lobby para convencer o governo saudita a elevar as tarifas de importação sobre carnes de aves importadas, que atualmente são de 20%. O governo indicou sua disposição para revisar a tarifa e implementar outras medidas de controle, se entidade puder provar que os frangos importados são vendidos abaixo do custo e dos padrões locais.

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