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Criação de avestruz cresce em Minas


Sem alarde, a criação de avestruzes em Minas Gerais cresce a passos largos. O estado possui, atualmente, 220 criatórios - de pequeno, médio e grande portes - com plantel da ordem de 10 mil animais, 20% do total no Brasil -conforme levantamentos realizados em 2002 pela Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil (Acab). No prazo de três anos, a entidade estima que o número de aves possibilitará o abate em larga escala. Atualmente, isso já ocorre no interior de São Paulo, por iniciativa do empresário Maurício Lupifieri. Diante das potencialidades da atividade, a Fazenda Pé Forte - um dos maiores criatórios de avestruzes do País, instalado em Uberaba, no Triângulo Mineiro -, finaliza o projeto para construção ou arredamento do primeiro matadouro no estado e capacidade para abater 100 animais por dia. `Os planos são iniciar o abate até o final de julho deste ano`, diz Maurício Paternez Figueiredo, diretor executivo da Pé Forte. De acordo com os cálculos de Paternez, o investimento no abatedouro gira em torno de US$ 40 mil. `Hoje, a fazenda possui 380 avestruzes em condições de abate.` Para implementar o projeto, o empresário Joel Wolff - controlador da fazenda - viajou à Israel para adquirir equipamentos e tecnologia para beneficiar o couro. `Já estamos em negociações com empresários europeus e israelenses para exportar carne e couro`, revela Wolff. Segundo ele, com a montagem do abatedouro a Pé Forte completa o ciclo de produção da cadeia, pois poderá ofertar ao mercado os subprodutos penas e ovos. Para atender às exigências do mercado internacional, a fazenda investe no manejo específico das aves visando o melhoramento das plumas e couro. No exterior, a peça de couro classificada como excelente custa, hoje, entre US$ 250 e US$ 300. Com três anos de atividades, a Fazenda Pé Forte registrou em 2002 a produção de oito mil filhotes e para 2003 projeta aumento de 50%, encerrando dezembro com 12 mil filhotes. A ampliação do plantel de matrizes e filhotes tem como objetivo atender a crescente demanda interna, provocada pelo surgimento de mais interessados na atividade, argumenta o empresário Wolff. A fazenda possui um incubatório para 3.500 ovos e contabiliza atualmente 420 matrizes. No total, o plantel da Pé Forte é de 2,1 mil animais, instalados em uma propriedade de 74 alqueires - cerca de 300 hectares. Desde o início das operações, em 2000, o empreendimento alcançou faturamento de R$ 5 milhões, resultado que superou as estimativas, comenta o executivo Paternez. Segundo ele, a meta é transformar o Triângulo Mineiro no maior pólo brasileiro de criação de avestruzes. A região já possui o título de principal centro nacional produtor de gado Zebu. O desempenho da Pé Forte deve-se à implantação do sistema israelense de criação, incubação e alimentação, que proporciona manejo mais simples e prático, com redução dos custos de produção, comenta o empresário Joel Wolff. `Nossa experiência comprova que a tecnologia trazida de Israel, um dos grandes criadores de avestruz, gera menor mortalidade das aves, maior fertilidade e aves de melhor qualidade`, observa o empresário. Pólo criador Os criadores João Marcos Siqueira e Rodrigo Quintão - proprietários da Ouro Verde Avestruzes, em Caratinga (MG) - dão a largada para a formação de um pólo criador na região leste de Minas Gerais. Para implantar o projeto, os empresários investem R$ 250 mil na montagem de um incubatório para dois mil ovos, que entrará em operação no segundo semestre deste ano. Os recursos incluem compra de equipamentos, infra-estrutura física e treinamento de pessoal. `Essa é a primeira etapa. Em 2004, vamos montar outro incubatório para 2,3 mil ovos`, revela Siqueira. A Ouro Verde atua no mercado há dois anos e nesse período absorveu investimentos de R$ 1 milhão. Hoje, o plantel é formado por 100 casais. Os planos dos dois empreendedores incluem, ainda, a integração dos proprietários para a formação de um plantel de matrizes e, no médio prazo, a construção do matadouro. `Isso é importante para que em 2006 tenhamos, pelo menos, duas mil matrizes e uma produção de 30 mil filhotes`, salienta Siqueira. Segundo ele, esse número de filhotes, por sua vez, criará condições para ampliar o abate, que pretendem iniciar no segundo semestre de 2004. Conforme as estimativas de Siqueira, os 220 criatórios de Minas Gerais contabilizam, atualmente, mil matrizes. `A postura começa em setembro e termina em março de 2004, com uma média de 15 ovos por fêmea. Portanto, a partir de setembro do próximo ano teremos aves em condições para abate`, esclarece.

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