Criação de caprinos e ovinos em sistema agrossilvipastoril
Apresentação do sistema de produção agrossilvipastoril, que integra exploração de árvores perenes com culturas agrícolas e pastagens
Durante o Prosa Rural desta semana, a pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral – CE), Mônica Campanha Matoso, explica como o produtor pode associar as três atividades em sua propriedade. O preparo da área para a implantação do sistema agrossilvipastoril deve ser feito no período seco, com a redução do número de árvores nas subáreas. Deve-se deixar cerca de duzentas árvores na área onde serão plantadas as culturas agrícolas e quatrocentas na área de criação de animais (pastos). É possível também fazer o rebaixamento das plantas forrageiras, ou seja, fazer cortes deixando essas plantas com aproximadamente 20 cm de altura. Assim, quando rebrotarem, servirão de alimento para os animais.
Então, no período chuvoso, o agricultor faz o plantio de uma cultura agrícola como milho, arroz ou feijão, por exemplo, e de uma leguminosa forrageira (leucena ou gliricídia), e deixa os animais pastejando na área destinada às criações. Na área de floresta, que deve ser preservada, o produtor pode instalar um apiário e produzir mel.
Uma das vantagens do sistema agrossilvipastoril é a otimização da exploração da propriedade, pois dele, tudo se aproveita: a madeira das árvores cortadas serve para fazer estacas, reformar cercas e currais ou para a construção civil, uma alternativa para aumentar a renda familiar. Os garranchos finos de madeira são usados para formar leiras, ajudando a evitar a erosão do solo e, com o tempo, eles se integram ao solo servindo como adubo. O esterco recolhido no curral dos animais também pode ser usado para fazer adubação orgânica na área agrícola. Além disso, o produtor não precisa desmatar ou queimar a vegetação para fazer seu plantio. A adubação orgânica e o plantio da leguminosa ajudam a manter o solo sempre fértil, além de assegurar alimento para o seu rebanho durante o ano inteiro.