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Criador de camarão quer sofisticar produção


Os produtores de camarão estão solicitando ao governo a liberação de R$ 30 milhões para financiar projetos de agregação de valor do setor. O pedido a todos os ministérios da área econômica foi encaminhado ontem, durante a criação da Comissão Nacional da Carcinicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA.

Atualmente, 80% da produção de camarão em cativeiro é exportada, sem valor agregado. A proposta do setor é, este ano, fazer dez produtos diferenciados para colocar no mercado externo. "Estamos vendendo matéria-prima", afirma Itamar Rocha, presidente da comissão da CNA. Além disso, espera-se criar um selo de qualidade para aumentar a rentabilidade do setor. Ele salienta que, com o beneficiamento, haverá também maior geração de emprego. A cadeia produtiva do camarão cultivado é responsável pela geração de 3,75 empregos diretos e indiretos por hectare.

Estima-se que o Brasil vai exportar este ano US$ 240 milhões, equivalente a 60 mil toneladas do produto. Ou seja, um crescimento de 54% em receita sobre o ano passado. Metade das vendas externas vai para os Estados Unidos e o restante, para a Europa. No primeiro ano de exportação, em 1998, foram US$ 2,8 milhões.

Quase todos os estabelecimentos de carcinicultura estão localizados no Nordeste (96,5%). Por isso, a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca está em tratativas com o Banco do Nordeste para a liberação de recursos ao setor. Ontem, o ministro José Fritsch esteve reunido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a criação de um grupo de trabalho que vai elaborar um projeto de financiamento da pesca artesanal.

"A falta de financiamento de custeio faz com que o produtor tenha que despescar o produto a peso mais baixo porque precisa de recursos", diz Rocha. Segundo levantamento do setor, 95% dos produtores são de pequeno ou médio portes, com área inferior a dez hectares. Rocha salienta que a comissão foi criada justamente para defender os interesses do setor junto ao governo, possibilitando melhor acesso no mercado internacional.

O País tem hoje a maior produtividade mundial no segmento, apesar de estar na sétima posição do ranking mundial dos produtores de camarão cultivado. A produtividade média esperada para este ano é de 6,5 ton/ha/ano devido ao sistema de criação semi-intensivo e ao clima que proporciona o cultivo o ano interior. Na China, maior produtor mundial de camarão, a produtividade é de 1,1 ton/ha/ano.

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