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Criadores do MS têm dívidas de R$ 40 milhões com aftosa

O projeção foi feita durante a semana, em uma reunião, em Japorã, com os prefeitos de Mundo Novo, Japorã, Eldorado, Itaquiraí e Iguatemi


Cerca de R$ 40 milhões são o montante das dívidas dos pequenos produtores rurais do Mato Grosso do Sul impactados pelo surgimento dos 34 focos de febre aftosa, entre outubro de 2005 e abril de 2006. O projeção foi feita durante a semana, em uma reunião, em Japorã, com os prefeitos de Mundo Novo (Humberto Amaducci), Japorã (Rubens Marinho), Eldorado (Mara Caseiro), Itaquiraí (Sandra Cassone) e Iguatemi (Lídio Ledesma).

O prefeito de Japorã disse que "existem hoje produtores que, além de perder tudo, estão endividados junto ao Banco do Brasil. É injusto com o nosso produtor que trabalha de sol a sol para colocar o pão na mesa de todos nós e hoje o pão falta na sua mesa porque o Estado e a União não estão se unindo para fazer a sua parte. Abandonaram esses produtores".

Já são dois anos de crise aguda na região, que começa no campo e é refletida no comércio das cidades da área de risco, com prejuízos que cresceram devido a dois anos de seca. O que os prefeitos querem é que haja uma proposta e ações práticas para amenizar a situação.

Os prefeitos disseram que só têm ouvido conversas e promessas de abatimentos de dívidas, pelo Banco do Brasil, como explica o prefeito Humberto Amaducci. "A situação de endividamento deixa esgotada a paciência desses produtores, pois só escutam o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal), e querem que no mínimo haja novas perspectivas", declara. Eles esperam que as coisas fiquem mais claras até o dia 30. "Não sabemos que tipo de reação podem ter", adverte.

Ação rápida

Sob a coordenação do prefeito de Japorã, Rubens Freire Marinho, os prefeitos se reuniram com o superintendente federal de Agricultura, Orlando Baez, com a secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, e com o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Celso Arruda.

A reunião atendeu à carta de reivindicação dos produtores rurais do município de Japorã, dirigida ao prefeito e encaminhada à SFA/MS (Superintendência Federal da Agricultura de Mato Grosso do Sul), solicitando a discussão final das providências que deverão ser tomadas a partir de agora na região. A audiência pública foi na Câmara Municipal de Japorã e o objetivo foi discutir e sanar as pendências decorrentes dos focos de febre aftosa nos municípios da região de fronteira com o Paraguai.

Baez apresentou aos prefeitos todas as ações do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nos municípios e no Estado desde outubro de 2005. Segundo dados do Mapa, foram investidos mais de R$ 40 milhões em ações de combate à febre aftosa na região, incluindo-se as indenizações.

"Em relação às indenizações, não temos nenhum processo que ainda resta pagar, desde o primeiro ao último abate, todos foram liquidados", disse o superintendente. Já a secretária Tereza Cristina falou da posição do Estado com os municípios, de que as ações estão sendo necessárias, mas que espera que no dia 30 de setembro todas sejam recompensadas com o fim do pesadelo da aftosa.

Tereza também informou aos prefeitos e produtores que em relação à exigência da Iagro de que os produtores tivessem que ir ao escritório local para poder lacrar o caminhão com carga de gado, onerando ainda mais o produtor, esta medida acaba na semana que vem. A partir de segunda-feira, apenas o produtor deverá agendar com os técnicos que estes vão até a propriedade fazer o lacre.

Para os prefeitos, a audiência com a participação de todos, em especial a dos produtores, foi muito produtiva tendo em vista algumas dúvidas que foram esclarecidas. A partir da audiência foi encaminhada a convocação do governador André Puccinelli e de toda a bancada federal, além da Assembléia Legislativa, para que se reúnam com urgência, em no máximo em 10 dias, em um dos municípios, onde juntos possam traçar metas e ações concretas para os municípios. Eles querem que seja definida uma participação de bancada de parlamentares, Governo, produtores e prefeitos para que em Brasília possa ser buscada solução para a crise e também do endividamento dos produtores da região.

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