CTNBio retira milho transgênico da pauta da reunião
A CTNBio decidiu retirar o milho Lyberty Link (LL) que era o primeiro item da pauta
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Apesar da pressão dos ambientalistas, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) conseguiu nessa quarta-feira (18-04) aprovar a primeira liberação de transgênicos do ano. Os membros autorizaram a importação de cepas modificadas geneticamente para a pesquisa de vacina de dengue do Laboratório Butantan - o primeiro item da pauta da CTNBio que decidiu retirar o milho Lyberty Link (LL), da multinacional Bayer CropScience que até então ocupava esta colocação. Desde março de 2005, a comissão não libera OGMs para uso comercial.
Foi a segunda reunião seguida em que os ambientalistas contrários aos alimentos transgênicos conseguiram ser o foco das atenções e tiveram autorização para participar, depois das invasões no mês passado. "O milho neste momento é menos importante diante da epidemia da dengue que se alastra no País. Além do mais trata-se de um milho que há uma década já é cultivado no mundo’’, disse a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer.
Diante de um clima tenso nessa quarta-feira em Brasília, após quase três horas de discussão sobre o pleito dos ambientalistas para participar da reunião, o presidente da CTNBio, Walter Colli, foi pressionado pela Procuradoria do Ministério Público a convidar para participar da reunião pelo menos oito integrantes divididos entre membros do Greenpeace, Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA), Terra de Direito e as universidades Pontifícia Universidade Católica (PUC), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Brasília (UNB). A procuradora do MP, Maria Soares Cordili, apresentou um documento que informava que Coli tinha que "acatar’’ o pedido, pois caso contrário poderia ser responsabilizado por negar a entrada dos ambientalistas no local. Os integrantes das ONGs vão participar hoje da segunda rodada de reunião da comissão.
Ontem, por medidas de segurança, a reunião da CTNBio ocorreu pela primeira vez na sede do Ministério de Ciência e Tecnologia, para evitar a invasão dos ambientalistas como ocorreu no mês passado. De acordo com Alda, que classificou a participação dos ambientalistas na reunião da CTNBio de "uma baderna’’, os cientistas estão "chocados’’ com a decisão da procuradoria do Ministério Público. "Não tem sentido isso acontecer quando se avalia a biossegurança que é um fator muito sério’’, disse a executiva.
Ontem o Greenpeace iniciou o dia promovendo protestos em frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia pedindo suspensão dos processos de liberação comercial de novos transgênicos na CTNBio. Cerca de 15 ativistas levaram para a frente do ministério um quadro de seis metros quadrados com foto do ministro Sérgio Rezende com logos das empresas Bayer, Syngenta e Monsanto, ironizando com a frase: "Homem do Ano".