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Preços do etanol podem ter recuperação de 30% no segundo semestre

Consumo diário de etanol hidratado permanecerá elevado, segundo análise


Foto: Pixabay

As projeções indicam que os preços do etanol devem se aproximar ou até ultrapassar a marca de 70% em relação ao valor da gasolina durante o segundo semestre de 2024. Essa previsão é resultado do aumento da demanda pelo biocombustível nas bombas e de uma produção mais estável de etanol em todo o país, conforme aponta a área de inteligência estratégica da SCA Etanol do Brasil. Espera-se que esses fatores impulsionem uma recuperação de 30% nos preços do combustível renovável em comparação com os níveis atuais.

Segundo informações da assessoria, durante uma reunião com representantes do banco JP Morgan em São Paulo, realizada na última sexta-feira (08/03), o CEO da SCA, Martinho Seiiti Ono, compartilhou essas perspectivas para o mercado nacional de etanol na safra 2024-2025 de cana-de-açúcar no Centro-Sul. Ono também abordou o Projeto de Lei (PL) "Combustível do Futuro", atualmente em tramitação no Congresso, que propõe alterações na mistura do biocombustível com a gasolina.

Ono alerta que um eventual aumento na mistura ou deficiências na produção canavieira, caso a moagem fique abaixo de 612 milhões de toneladas em 2024-2025, poderia resultar em uma elevação de até 30% nos preços do produto renovável.

As análises da SCA projetam que o consumo diário de etanol hidratado permanecerá elevado em 2024, seguindo a tendência observada desde o final do ano passado. Ono destaca que os volumes mensais de comercialização do biocombustível têm se mantido entre 1,7 bilhão e 1,8 bilhão de litros.

Ono alerta que, "combinado com uma produção estável para este ano, os estoques de etanol tendem a secar, o que fará com que os preços do hidratado sejam negociados entre R$ 2,70 e R$ 2,80 por metro cúbico na segunda fase da colheita de cana, a partir de julho."

Para a nova safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul, que está prestes a começar, a SCA estima um possível impacto negativo em relação à estimativa de moagem de 612 milhões de toneladas, devido às condições desfavoráveis de umidade do solo entre outubro e dezembro de 2023.

Ono prevê que a produção de açúcar no Brasil deverá cair 2% em 2024 em comparação com o ano anterior, alcançando 41,7 milhões de toneladas. Quanto à fabricação de etanol de cana, estima-se em 24,6 bilhões de litros. No entanto, espera-se uma retração de 6% na produção total de etanol para o período 2024-2025, com 32 bilhões de litros, incluindo o volume do biocombustível produzido a partir do milho. As exportações de etanol devem atingir 1,8 bilhão de litros, abaixo dos 2,5 bilhões de litros verificados no ciclo 2023-2024.

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