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Curso promove intercâmbio de conhecimento em agrofloresta

Curso prático de vivência em agrofloresta no Sepé Tiaraju, coordenado por uma equipe Embrapa acontece de 25 a 28 de julho


O terceiro curso prático de vivência em agrofloresta no Sepé Tiaraju, coordenado por uma equipe Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), da Esalq/USP e da UFSCar, acontece de 25 a 28 de julho, no próprio Assentamento. Conta com a parceria do Mutirão Agroflorestal, Coletivo de Agroecologia da Juventude do Sepé (Cajus), Cooperativa Agroecológica de Manejo e Conservação da Biodiversidade dos Agricultores Familiares (Cooperecos), Associação Fraterra, Cooperativa dos Produtores Rurais Agroecológicos do Sepé Tiaraju (Cooperagrosepé) e Secretaria do Meio Ambiente (SMA-SP).

Situado na região de Ribeirão Preto, o Sepé Tiaraju é um assentamento que, desde a sua origem, em 2004, foi concebido como um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e desde 2006 alguns agricultores optaram pelo plantio de agroflorestas.

Mais recentemente, entre 2014 e 2017, por meio de um projeto financiado pelo Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS-SMA), foram implantados 25,4 hectares de agroflorestas, distribuídas em 35 lotes familiares. Esse projeto contou com a parceria da Embrapa Meio Ambiente, de cooperativas do assentamento, da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Instituto Biossistêmico (IBS) e da ONG Mutirão Agroflorestal.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e um dos coordenadores do curso Joel Queiroga explica que “nesse contexto, foram realizados dois cursos de vivência, com práticas voltadas principalmente ao planejamento, à implantação e ao manejo destas agroflorestas”.

“Nesta terceira edição, a proposta é que os participantes vivenciem o dia a dia das famílias assentadas, participando e partilhando os momentos de plantio, colheita e manejo de seus agroecossistemas e sistemas agroflorestais (SAFs). Além disso, ocorrerão rodas de formação referentes ao processo de luta pela conquista da terra, os desafios da agricultura familiar na atualidade, a juventude no campo e principalmente sobre o desenho e manejo dos sistemas agroflorestais”, explica Queiroga.

Este curso possui estreita sintonia com outros projetos da Embrapa, como o Projeto “Monitoramento e avaliação econômica de Sistemas Agroflorestais agroecológicos: estudos de caso no estado de São Paulo” e o Projeto Especial “Soluções tecnológicas para a adequação da paisagem rural ao Código Florestal Brasileiro”, que tem como uma das atividades a implantação de URTs pilotos em Bioma Mata Atlântica do Estado de São Paulo, como suporte à adequação à legislação ambiental e ações de transferência de tecnologias.

Conforme esclarece a pesquisadora Katia Braga, da Embrapa Meio Ambiente, também coordenadora, o curso busca promover o intercâmbio de conhecimentos no manejo agroecológico agroflorestal por meio de atividades práticas, nas parcelas dos próprios agricultores sob a coordenação e acompanhamento  da equipe técnica. Dessa forma, pretende-se capacitar estudantes, técnicos e agricultores como agentes multiplicadores para o planejamento, implantação e manejo participativo de sistemas agroflorestais.

A programação consistirá em atividades de campo realizada em grupos, monitoradas e coordenadas pela equipe técnica do curso. Cada aluno vivenciará diferentes tarefas a cada dia de prática, envolvendo a observação dos desenhos dos agroecossistemas, atividades de plantio, manejo da biomassa, podas e utilização de cobertura morta, bem como tarefas organizativas com metodologias participativas de trabalho em mutirão. Ao início de cada dia de prática será realizado uma breve atividade de nivelamento teórico-conceitual e planejamento do dia, e ao final de cada dia será realizada uma avaliação em grupo para consolidar os aprendizados.

Também são coordenadores Luiz Octávio Ramos Filho, pesquisador e Waldemore Moriconi, analista da Embrapa Meio Ambiente, Vitor Santos, da Esalq/USP, Karen Krull, Maisa Siqueira e Marcelo Xavier, da UFSCar.

Programação

Terça-feira, dia 25

10h - Recepção e inscrição dos participantes. – Sitinho/Escola
10h - Roda de apresentação; metodologia do curso de vivência; acordos coletivos.
12h – Almoço coletivo (Lote da D. Áurea)
13h30 – Breve contextualização histórica do Assentamento Sepé Tiaraju e dos projetos de agrofloresta.
15h – Visitas pedagógicas: introdução à Agrofloresta no contexto do Sepé: desenhos, estratificação, nos lotes D. Áurea e Sr. João, Aguinaldo e Elias
17h - Encaminhamento dos participantes para as casas das famílias.

Quarta-feira, dia 26

8h- Imersão prática supervisionada nos lotes junto às famílias.
17h – Roda de conversa, simultânea nos 3 núcleos: história da luta, a opção por agroecologia e agrofloresta, comercialização, agroindústrias. Local: Barracões das Cooperativas.
19h – Jantar em cada família.

Quinta-feira, dia 27

8h – Formação teórico-prática em agrofloresta – estratos, plantios manejos de inverno, podas, organização da biomassa, manejo das bananeiras, abelhas e polinizadores (simultânea em 3 Núcleos - Lotes: Aguinaldo, Hemes e Arlindo)
12h – Almoço
13h30 – Mutirões supervisionados de manejo agroflorestal em lotes de agricultores 18h – Roda de conversa unificada: a juventude do Sepé (Cajus) e o futuro das Agroflorestas. Local: Barracão comunitário (Sitinho)
20h – Jantar Coletivo e integração cultural

Sexta-feira, dia 28

8h- Imersão prática supervisionada nos lotes junto às famílias.
14h – Roda de conversa coletiva: socialização das vivências, balanço e avaliação.  Local: Barracão comunitário
16h – Encerramento.

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