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Custos de produção da pecuária de corte são analisados em GO e MG

A análise ocorreu em encontros virtuais do projeto Campo Futuro com produtores de Porangatu (GO) e Carlos Chagas (MG)


Foto: Marcel Oliveira

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) analisaram, na quinta (13) e na quarta (12), os custos de produção de pecuária de corte, em encontros virtuais do projeto Campo Futuro com produtores de Porangatu (GO) e Carlos Chagas (MG).

As reuniões por videoconferência foram uma das medidas de segurança adotadas pelo Sistema CNA/Senar durante a pandemia para evitar o contágio do coronavírus. Participaram do painel representantes das federações de Goiás (Faeg) e Minas Gerais (Faemg), além dos sindicatos rurais dos dois municípios.

Segundo o levantamento, dados preliminares apontam que a região de Porangatu é uma forte produtora de bezerros e tem facilidade de escoamento destes animais para municípios goianos próximos e outros estados. A propriedade modal é de médio porte, com aproximadamente 1,5 mil hectares, adotando o sistema de cria de animais.

O levantamento apontou que as características produtivas da propriedade típica da região estão condicionadas a uma baixa taxa de lotação de animais por hectare, além de um baixo suporte tecnológico e uma exploração ineficiente das pastagens. Tudo isso refletiu em baixos índices de produtividade. No entanto, a valorização do bezerro ocorrida em 2019 proporcionou ao modelo de propriedade típica da região a capacidade de se manter ativa no médio prazo.

“Mesmo com índice produtivo baixo, eles conseguem margens suficientes para pagar o custo operacional total, conseguindo se manter no médio prazo para uma produção com baixa tecnologia, mas esse cenário pode se alterar no futuro”, ressaltou Ricardo Nissen, assessor técnico da CNA.

Na quarta (12), o levantamento de custos de produção ocorreu com pecuaristas do município mineiro de Carlos Chagas, onde os sistemas predominantes identificados são os de recria e engorda, tanto de machos quanto de fêmeas. Também nesta região, os produtores apontaram como maiores desafios a melhoria dos índices de produtividade e a adoção de tecnologias que permitam aumento nas taxas de lotação.

Um dos gargalos apontados pelo levantamento é a subutilização de pastagens, em razão dos baixos investimentos em manejo e das dificuldades climáticas, principalmente pelos baixos índices pluviométricos.

No entanto, dados preliminares mostraram que o comportamento dos preços no ano passado se refletiu também em 2020 e a receita gerada pela propriedade típica da região foi suficiente para cobrir o Custo Operacional Total (COT), que além dos desembolsos com a atividade, engloba também a depreciação de máquinas, equipamentos, instalações e o pró-labore do produtor.

Caio Monteiro, analista do Cepea, explica que os produtores ainda investem pouco em manejo e intensificação de pastagens, que podem ajudar na alimentação e na suplementação dos animais.

“Não é apenas a adubação. Mas saber manejar a altura certa, ter uma estratégia de forrageira suplementar na seca, explorar o potencial que pode nos dar mais competitividade e aliar isso á adição de ração concentrada na nutrição dos animais”.

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