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Da soja nasce a riqueza do Brasil e do Rio Grande do Sul

Na safra 2014, que começa a ser plantada ainda em setembro, o Brasil poderá ser o maior produtor e exportador mundial de soja, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos


Mesmo com todos os problemas de logística, o Brasil e o Rio Grande do Sul têm boas condições de continuar batendo recordes na produção de grãos. Afinal, além do Rio Grande do Sul temos o Mato Grosso, onde milhares de agropecuaristas gaúchos vivem hoje, com quatro ou cinco décadas de muito trabalho, produção e progresso, ao lado dos mato-grossenses. Nova Mutum é um exemplo perfeito, entre outras cidades. No entanto, filas de caminhões, antigamente conhecidas como “filas indianas”, circulando lentamente, provam a falta de infraestrutura e logística. Rodovias, portos e armazenagem são os gargalos da produção agropecuária nacional. A próxima safra de grãos atingirá o recorde de 190 milhões de toneladas graças ao apoio que o governo dará ao campo. O otimismo e a quase certeza disso vêm do fato de que 47,9% da expansão da economia deste ano virá do agronegócio, que tem como carro-chefe a soja. Com recordes seguidos de produção, o grão deve levar o País a uma posição inédita.

Na safra 2014, que começa a ser plantada ainda em setembro, o Brasil poderá ser o maior produtor e exportador mundial de soja, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A produção brasileira esperada de 88 milhões de toneladas deve superar a safra dos Estados Unidos, de 85,7 milhões de toneladas, que está em fase final e foi afetada pela seca. Do crescimento de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo mercado para este ano, segundo o Boletim Focus do Banco Central (BC) mais recente, um pouco mais de um ponto percentual virá da agroindústria. Foram considerados o PIB do agronegócio de 2012 em R$ 989 bilhões e a estimativa de crescimento para o setor de 5% para este ano, ambos os dados da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA). Se as estimativas de crescimento se confirmarem, o PIB do agronegócio deve somar R$ 1,038 trilhão em 2013 e responder por 23% de toda a riqueza gerada no País. Nada mal, porém, essa cifra inclui os segmentos antes e depois da porteira. Isso significa que a cadeia da agroindústria considera não só os produtos primários da agricultura e da pecuária, mas também toda a riqueza criada no processamento e na distribuição, além do desempenho da indústria de insumos. É que o agronegócio está puxando não só a indústria de alimentos, mas também a de bens de capital. Dessa forma, o agronegócio em 2013 poderá tracionar a economia mais do que o varejo.

Enquanto a indústria brasileira patina e o varejo desacelera, as evidências da força do agronegócio para alavancar outros setores da economia já aparecem nas vendas de insumos. O fato é que, se não houver nenhum imprevisto até dezembro, as vendas de tratores de rodas neste ano serão recordes, aposta o diretor de vendas da Agrale, Flávio Crosa. Tanto que 2012 foi um ano bom para a agricultura, e foram colocados no mercado 56 mil tratores de rodas, aqueles destinados ao agronegócio. Para este ano, a estimativa inicial era vender 54 mil máquinas, mas até agosto foram comercializadas 44,9 mil unidades, segundo a Anfavea. A perspectiva agora é que o ano feche com 60 mil tratores vendidos, uma demanda não imaginada pelos mais otimistas executivos de máquinas agrícolas. Então, da terra e da soja nasce a riqueza do Brasil e do Rio Grande. Aliás, algo corriqueiro na economia gaúcha

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