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De olho no etanol brasileiro, Honduras quer diversificar matriz energética

A produção interna de etanol em Honduras pode ser uma opção à importação de gasolina


A produção sustentável e a eficiência do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil têm despertado interesse do governo de Honduras, que vem buscando formas de diversificar sua matriz energética. Foi com este foco que Arturo Corrales, chanceler de Honduras, visitou na quarta-feira (08-02) a sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo (SP).


“Queremos aprofundar as discussões com alguns setores brasileiros, principalmente o sucroenergético. Temos sete usinas que produzem apenas açúcar e observamos o etanol como uma alternativa à diversificação da nossa matriz energética,” explicou Corrales, que liderou uma delegação de ministros e empresários hondurenhos em visita oficial ao Brasil.

Segundo Corrales, a produção interna de etanol em Honduras pode ser uma opção à importação de gasolina. “A geração de energia elétrica é predominantemente térmica, e por não temos reservas de petróleo ou refinarias, tudo o que consumimos é importado. A produção de etanol ajudaria o desenvolvimento e, além disso, seria um item importante para a mitigação das mudanças climáticas,” afirma.

O grupo foi recebido pelo diretor de Comunicação Corporativa da UNICA, Adhemar Altieri, que conduziu uma apresentação sobre a indústria sucroenergética brasileira enfatizando a conjuntura do mercado doméstico, o desenvolvimento de programas de biocombustíveis no mundo e as práticas sustentáveis adotadas no Brasil para a produção de etanol.

“Fazemos fronteiras com 11 países. A produção de etanol serviria tanto para o abastecimento interno, quanto para a exportação,” afirmou Corrales após a apresentação. Para Altieri, os visitantes deixaram claro que o governo hondurenho vê no etanol uma importante alavanca de desenvolvimento econômico.


Cooperação mútua

Desde 2007, quando o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Honduras, brasileiros, hondurenhos e americanos tentam estabelecer uma parceria para a produção de biocombustíveis. Na ocasião, foi assinado um Memorando de Entendimentos entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, com o objetivo de aprofundar a cooperação bilateral envolvendo biocombustíveis.

No mesmo ano, o governo hondurenho homologou uma lei para a produção e consumo de biocombustíveis, que embora não adote a mistura obrigatória de etanol à gasolina, contempla incentivos fiscais que podem diminuir os custos de produção. Entre os incentivos estão a isenção de imposto de renda e acesso aos benefícios aduaneiros relativos à importação de maquinários.

Em 2009, com investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) iniciou um estudo sobre a viabilidade da produção do biocombustível em Honduras. O levantamento, ainda em andamento, tem o objetivo de indicar políticas públicas para que o país deixe de ser importador de gasolina.

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