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Dedini opta por expansão no exterior para contornar a crise

A empresa irá consolidar no segundo semestre sua expansão na América do Sul e aposta agora na América Central e na África


A redução nos investimentos das usinas sucroalcooleiras no mercado interno fez a Dedini S.A. Indústrias de Base, líder mundial no mercado sucroalcooleiro, partir em busca de rotas alternativas do etanol para conseguir captar recursos. A companhia, fabricante de plantas e equipamentos, que prevê uma queda de R$ 2,2 bilhões para R$ 1,6 bilhões no faturamento de 2009, tem como estratégia a internacionalização de sua atividades.

Além de buscar um parceiro na Índia para a abertura de uma operação própria no país, a empresa irá consolidar no segundo semestre sua expansão na América do Sul e aposta agora na América Central e na África.

Nos próximos meses entrarão em funcionamento as quatro destilarias que a Dedini está montando na Venezuela. As unidades industriais, que foram vendidas à estatal petrolífera venezuelana Petróleo de Venezuela S.A. (PDVSA), terão capacidade de produção de 700 mil litros por dia, cada uma. Até o final deste ano, a Dedini também terá sua primeira usina no Uruguai, vendida para a estatal Alur. A planta também está em fase de montagem e terá capacidade para produzir 200 mil litros de etanol por dia.

A empresa busca ainda outras oportunidades na região e, atualmente, está participando de concorrências na Colômbia, Bolívia e Paraguai. Além de usinas de açúcar e etanol, a companhia pode expandir para outros segmentos. "O programa que mistura 5% de biodiesel na gasolina virou lei na Argentina e vai movimentar o setor. O importante é estar acompanhando de perto junto aos investidores, muitos já têm fonte de financiamento e são oportunidades que estamos trabalhando", disse José Luiz Olivério, vice-presidente de operações da Dedini.

Segundo o executivo, o grande mercado de bioenergia hoje no mundo é o brasileiro, mas no exterior é possível observar um crescente interesse que tem se transformado em curiosidade e encomendas.

Um dos mercados que tem se mostrado entre os mais promissores para a Dedini é o de unidades desidratadoras, que se instalam, especialmente, na região da América Central e Caribe, nos quais é possível utilizar o etanol hidratado e o anidro (que mistura na gasolina) e com esse processamento habilitar o produto a entrar no mercado norte-americano sem pagar imposto. Os países caribenhos podem exportar até 7% da demanda total de álcool dos Estados Unidos com isenção da tarifa de importação.

Desde 2007, quatro plantas de desidratação da Dedini começaram a operar nessa região, sendo uma para as Ilhas Virgens e três para a Jamaica. A unidade das Ilhas Virgens é a de maior capacidade desidratadora do mundo: 1,1 milhão de litros por dia. "Existem outras oportunidades que estamos trabalhando agora e se referem a Trinindad e Tobago, Barbados e República Dominicana", disse Olivério. "De maneira geral, no momento esses processos estão em stand by por conta da crise financeira e porque nos EUA temos hoje uma oferta bastante grande em razão da queda no consumo, mas vemos oportunidades no início do próximo ano", avaliou.

No último mês de maio, a Dedini fez sua entrada no mercado africano. A primeira usina de etanol instalada no Sudão tem capacidade para produzir 200 mil litros de etanol por dia e está sendo um cartão de visitas para a empresa na região. A usina que funciona como destilaria e também faz a fermentação e desidratadora, foi comprada pela sudanesa Kenana Sugar Company, empresa que dá nome à cidade onde a unidade se encontra. De acordo com Olivério, a maioria dos pedidos na África tem sido para plantas de etanol. "Estamos prospectando negócios em Moçambique, Angola, Nigéria e Serra Leoa", revelou o executivo da |Dedini.

No Brasil, a perspectiva de Olivério para a próxima safra é positiva. O açúcar, que teve a maior alta em três anos, continua remurando as usinas que já começam a formar caixa.

" No ano que vem acredito que terão novos investimentos para aumentar capacidade de açúcar", avaliou. Olivério afirmou ainda que os fundamentos do setor estão sadios e a venda de carros flex deverá garantir uma demanda crescente. "Esse ano o mercado interno está comprando mais equipamentos e peças. Trata-se de uma momento de transição em que pela redução da disponibilidade financeira mundial vários investidores tem adiado as decisões, mas os projetos não foram abandonados e a retomada será intensa", afirmou.

A Dedini atende clientes em mais de 25 países. Com seis parques industriais e dez fábricas instaladas, a empresa tem unidades nas cidades de Piracicaba, Sertãozinho, Recife e Maceió.

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