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Desastres naturais podem custar US$ 1 tri em um único ano

Os prejuízos causados por condições extremas do tempo podem ultrapassar US$ 1 trilhão em um único ano até 2040


Os prejuízos causados por condições extremas do tempo podem ultrapassar a cifra de 1 trilhão de dólares em um único ano até 2040, advertiu nessa terça-feira (14-11) uma parceria entre o Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas e instituições financeiras privadas (Unep FI).

Na conferência da ONU sobre o clima, que está sendo realizada no Quênia, o grupo afirmou que o custo estimado de estiagens, tempestades, furacões e enchentes atingiu o montante recorde de 210 bilhões de dólares em 2005, e que a perspectiva é que os prejuízos desse tipo, ligados ao aquecimento global, dobrem a cada 12 anos.

"Esta é uma declaração inequívoca por parte de 15 das maiores instituições financeiras do mundo: as alterações climáticas são algo certo", disse Paul Clements-Hunt, da Unep FI, numa entrevista coletiva.

"Em um cenário, as perdas potenciais causadas por desastres são calculadas em mais de 1 trilhão de dólares num único ano até 2040... Esse é um entre muitos cenários, mas o processo foi sólido e as instituições acreditam que se trata de um cenário realista".

O relatório foi elaborado pela Andlug Consulting para o Grupo de Trabalho sobre Alterações Climáticas da Unep FI, cujos membros incluem o Dresdner Bank, o Bank of America, o Swiss Re, o UBS e o HSBC. Segundo o estudo da Andlug, a cifra de 1 trilhão de dólares pode ser atingida bem antes de 2040, num ano de "pico" de desastres.

O Munich Re, que também faz parte do grupo e que acompanha desastres naturais há mais de 50 anos, disse que os prejuízos de 2006 --cerca de 30 bilhões de dólares, por enquanto-- não vão chegar perto dos níveis recordes do ano anterior. "Mas o mundo industrializado ainda saiu meio que de olho roxo", disse Thomas Loster, presidente da Fundação Munich Re.

O tufão Kaemi atingiu a China em julho e causou prejuízos de cerca de 9 bilhões de dólares, afirmou Loster, e o tufão Shanshan custou cerca de 2,5 bilhões de dólares ao Japão, quando passou por lá, em setembro.

O chefe da Unep, Achim Steiner, disse que os orçamentos de assistência não conseguirão suprir as necessidades geradas pelo aumento dos desastres naturais, e que os governos precisam estudar parcerias entre esferas públicas e privadas para fazer seguros contra eventos climáticos extremos.

Se o cenário de mais de 1 trilhão de dólares em prejuízos parecer exagerado, disse ele, as pessoas deveriam se lembrar do furacão Katrina, que causou perdas de mais de 120 bilhões de dólares em agosto de 2005. "E aquilo foi apenas um evento de 12 horas em um local do planeta", disse Steiner a repórteres.

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