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Desempenho do frango vivo em janeiro de 2012


Se fosse permitido, sem dúvida a avicultura de corte mandaria eliminar janeiro do calendário de 2012. Porque o que ocorreu com o frango no mês não faz bem ao currículo de uma atividade que sempre se destacou pelo dinamismo econômico e produtivo.

A realidade é que este parece ter sido o pior de todos os janeiros enfrentados pela indústria do frango em sua moderna história. Pelo menos de 2002 para cá não há registro de situação mais difícil que a atual. E não porque os preços tenham retrocedido no mês, mas pela amplitude desse retrocesso.


O recuo de preços do frango em janeiro é quase uma norma no setor. Porque, em comparação ao mês anterior (dezembro), o consumo é profundamente recessivo. Mas porque, também, é quando começa o período de safra da carne (bovina) e o preço das carnes em geral sofre retrocesso até, em geral, meados do ano.

Assim, entre 2002 e 2012 (11 anos), em apenas duas ocasiões o frango vivo iniciou o mês de fevereiro com um valor superior ao do início do ano: em 2007 e em 2009. Nos demais nove anos, fevereiro foi iniciado com resultado negativo, mas em nenhum deles com o elevado nível de redução observado em 2012: queda de, praticamente, 24% sobre o preço inicial do ano. Ou, só no mês de janeiro, de mais de 25% sobre o mês anterior.
Naturalmente, o processo decorre de expectativas não concretizadas no final de 2011 (vendas natalinas significativamente inferiores ao volume ofertado, o que redundou na formação de estoques de passagem). Mas inclui também – e, talvez, principalmente – o esquecimento (?) de que o início de cada novo ano é invariavelmente marcado por profunda recessão no consumo. Ou seja: é provável que se tenha produzido em janeiro aproximadamente o mesmo volume alcançado em dezembro. O resultado não podia ser diferente.


Aliás, foi interessante constatar que as duas únicas ocasiões em que o frango iniciou fevereiro com resultado positivo em relação a janeiro foram em 2007 e 2009. Com certeza não por coincidência, foram dois anos posteriores a crises: a de 2006, da Influenza Aviária; e a de 2008, da grande crise econômica mundial. Será que só passando por uma crise o setor consegue se adequar a um período de consumo recessivo e iniciar o ano novo “nos trilhos”?



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