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Desempenho do ovo em outubro e nos 10 primeiros meses de 2016

Em outubro, pelo terceiro mês consecutivo, o ovo registrou queda de preço em relação ao mês anterior.


Em outubro, pelo terceiro mês consecutivo, o ovo registrou queda de preço em relação ao mês anterior. A redução mensal, de 5,88%, sobe para expressivos (e preocupantes) 21% se considerado o valor alcançado em julho último, ocasião em que se obteve a melhor cotação nominal de 2016.

Também nominalmente, a cotação média de outubro colocou-se como a terceira menor do ano, só ficando acima dos valores registrados em janeiro e abril. Porém, o ganho mínimo em relação ao preço médio do quarto mês do ano (+2,15% sobre R$67,12/caixa em abril/16) indica que, em valores reais, o preço recebido pelo produtor foi inferior ao daquele mês. Dessa forma, este último pode ser considerado o segundo pior desempenho do ano, apenas superando o registrado em janeiro - mês, habitualmente, de fracos negócios e baixos preços.

De toda maneira, é oportuno observar que esse não foi um comportamento anormal ou extraordinário. Porque, analisando-se a curva estacional de preços do ovo no decorrer de cada exercício, é possível constatar que, justamente em outubro, ocorre o segundo menor preço do ano, a média registrada no mês superando apenas o valor registrado em janeiro.

Porém, não há como negar que, desta vez, a redução foi bem mais incisiva que a sugerida pela curva sazonal, o que indica estar havendo excesso de produção para um consumo, de per si, já em visível recessão. 

Isso, por sinal, ficou extremamente claro em outubro. Pois, por exemplo, enquanto em junho deste ano o pico de preços do mês se situou em R$91,00/caixa, no mês passado não chegou aos R$75,00/caixa. Aliás, esse foi o terceiro pior pico de preços do ano, o que demonstra que nem mesmo no melhor momento de negócios do mês (primeira quinzena) as compras podem ser consideradas firmes.

A despeito desse fraco desempenho, o preço médio do ovo nos 10 primeiros meses de 2016, da ordem de R$76,28/caixa, registra valorização de 31% sobre idêntico período de 2015, o que, convenhamos, representa não apenas valorização em relação à inflação, mas também superação dos altos custos enfrentados no período.

Mas... devagar com o andor, por favor. Porque o ganho é apenas aparente, decorre dos baixos preços alcançados nos 10 primeiros meses de 2015. Pois, a média então registrada (R$58,18/caixa) foi inferior à alcançada dois anos (!) antes: R$60,27/caixa entre janeiro e outubro de 2013. Quer dizer: três anos depois o ovo obtém valorização de 26,5%, índice que mal acompanha a inflação do período.

É interessante notar que, considerada a curva sazonal de preços do produto, as perspectivas de valorização do ovo no bimestre final do ano são limitadas. Ou seja: os ganhos (aparentes, nunca é demais ressaltar) tendem a se estreitar ainda mais. A menos que o setor produtivo consiga se adequar ao consumo extremamente recessivo, para isso descartando poedeiras mais velhas ou de menor produtividade. 

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