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Desmatamento na Amazônia cai e é o menor desde 1988, diz Inpe

Entre agosto de 2010 e julho deste ano, o desmatamento na Amazônia Legal atingiu 6.238 quilômetros quadrados


BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na Amazônia atingiu no período 2010/2011 o menor patamar desde 1988, apontou relatório divulgado nesta segunda-feira pelo governo federal, que atribuiu o recuo à intensificação do combate ao desmate.

Entre agosto de 2010 e julho deste ano, o desmatamento na Amazônia Legal atingiu 6.238 quilômetros quadrados, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). A redução foi de 11 por cento em relação ao acumulado entre agosto de 2009 e julho de 2010.


"Essa taxa corresponde à menor taxa que o Inpe estima desde o início do monitoramento que nós fazemos, que foi iniciado em 1988", disse a jornalistas o diretor do instituto, Gustavo Câmara. Em 2004, por exemplo, o desmatamento na região chegou a 27 mil quilômetros quadrados.

Os Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia seguem com os maiores níveis de desmatamento. No Pará, no entanto, houve redução na comparação anual. Mato Grosso teve aumento de 20 por cento no desmate, enquanto Rondônia dobrou o desmatamento.

"Nós ainda apresentamos resultados em alguns Estados que são extremamente sensíveis. Rondônia é algo que precisa ser esclarecido. Precisamos entender as causas que estão determinando essa mudança de perfil", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Rondônia tem registrado um forte aquecimento de sua economia. O Estado abriga as obras de duas grandes usinas hidrelétricas - Santo Antonio e Jirau -, ambas nos arredores da capital Porto Velho.

O governo atribuiu o recuo no número total do desmatamento a uma intensificação no combate à perda florestal, e investirá 1 bilhão de reais em três satélites até 2014 para melhorar o mapeamento e fiscalização, disse o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.


Segundo o ministro, a presidente Dilma Rousseff definiu duas diretrizes para as políticas na região: intensificar o desmatamento e investir no desenvolvimento do projeto Terraclass, que realiza a qualificação das áreas já devastadas na Amazônia Legal.

Segundo Câmara, do Inpe, caso as mudanças no Código Florestal, em discussão no Congresso, sejam aprovadas, prevendo a recomposição de parte do que já foi desmatado, a Amazônia poderá, a partir de 2015, se transformar num centro de absorção de carbono. 

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