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Desperdício na pulverização chega a 30% no Brasil

Uso de técnicas adequadas de aplicação pode reduzir custos e aumentar a eficiência


Uso de técnicas adequadas de aplicação pode reduzir custos e aumentar a eficiência dos produtos

Bicos mal regulados, aplicação em horários inadequados ou com alta incidência de ventos são os principais fatores que contribuem para o elevado índice de perda na hora da pulverização. De acordo com Ricardo Alberto Hendges, engenheiro agrônomo da Dow AgroSciences, o desperdício em algumas regiões do País chega a 30% do total aplicado na lavoura, dando um prejuízo ao agricultor que pode chegar a US$ 25 por hectare.


Para tentar reverter esse quadro, a Dow, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), vem realizado um trabalho itinerante com o objetivo de orientar os produtores a reduzir o desperdício na hora de pulverizar. O Programa de Aplicação Responsável (PAR), criado pela empresa, pretende disseminar as boas práticas agrícolas entre os produtores. Recentemente foram realizadas palestras para produtores clientes da empresa de Londrina e região, que receberam orientações técnicas sobre a melhor maneira de aplicar. Os trabalhos estão sendo realizados em todo o País. ''Queremos difundir as boas práticas para melhorar a agricultura'', assinala.

Durante a visita dos técnicos da Dow na região, foi verificado o uso elevado de volume de calda. Segundo Hendges, os produtores da região consomem, em média, 200 litros de defensivo por hectare, sendo que o ideal é de até 100 litros por hectare. ''Muitos agricultores não sabem o quanto estão jogando na lavoura'', observa. Nesse caso, Hendges culpa a falta de regulagem dos equipamentos. Além disso, salienta que os horários de aplicação devem ser os mais frescos, ou seja, antes da 11h ou depois das 16h. Além disso, os ventos devem estar sempre abaixo dos 10 km/h para evitar a dispersão.

Apoio técnico


Fernando kassis Carvalho, pesquisador da Unesp de Jaboticabal (SP), afirma que com pequenas técnicas é possível reduzir o desperdício de calda. A primeira dica dada por ele é a regulagem do bico pulverizador. ''O produtor deve avaliar a área foliar e o nível de cobertura''. Segundo ele, diminuir o tamanho das gotas pode ser uma solução. Para isso, o aplicador necessita aumentar a pressão na bomba.

Além de atingir uma maior cobertura foliar, principalmente quando a lavoura se fecha, há uma redução no uso de calda. No entanto, Carvalho alerta que esse tipo de aplicação não pode ser realizada quando há vento forte. ''A escolha da ponta é essencial nessa hora'', completa o pesquisador. Outras recomendações é a atenção à velocidade e à altura do pulverizador. Para não haver erro nessa hora, é bom o produtor buscar a orientação de um engenheiro agrônomo antes de iniciar as atividades.


O programa


De acordo com informações divulgadas pela Dow, o PAR também realiza nas visitas palestras de orientação sobre uso correto de Equipamento de Proteção Individual (EPI), descarte de embalagens e condições climáticas adequadas. Além das palestras, ainda são realizadas atividades práticas sobre inspeção periódica de pulverizadores (IPP) e redução do risco de deriva.

Em 2011, de acordo com dados fornecidos pela Dow, 625 pessoas foram treinadas em 21 cidades nos estados do Mato Grosso e Rondônia. Este ano, o PAR passa por Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. No ano passado, a Dow recebeu o Prêmio Mérito Fitossanitário, realizado pela ANDEF, na categoria ''Boas Práticas Agrícolas''.

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