CI

Dia da árvore lembra importância para agropecuária

Diversas espécies atuam de forma indispensável no agronegócio


Foto: Pixabay

O dia 21 de setembro marca a celebração do Dia da Árvore. A data antecede o início da Primavera no hemisfério sul e busca promover a importância da preservação das árvores e das florestas. Também serve para lembrar a proteção do meio ambiente com atitudes que trazem benefícios à natureza.

As árvores são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema, aumentam a umidade do ar devido à evapotranspiração, evitam erosões, reduzem a temperatura. Delas vem frutos, madeira, celulose, papel, borracha, perfumes, chás, produtos para indústria farmacêutica e por aí vai. 

Cada região do país possui uma árvore símbolo diferente. No Norte é a castanheira; no Nordeste a carnaúba; no Centro-Oeste o ipê amarelo; no Sudeste o pau-brasil e no Sul a araucária.

Aliada da agropecuária

Na agricultura as árvores têm grande importância nos sistemas integrados como a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), Integração Lavoura Pecuária (ILP), agrossilvipastoril e agrofloresta, fornecendo sombra ao gado, recuperação de solo e renda com comercialização de madeira.

Os sistemas agroflorestais, por exemplo, podem ser aliados da agricultura familiar. Eles permitem colheita o ano todo de diferentes culturas alimentares, enquanto produtor aguarda maturação de espécies de alto valor de ciclo mais longo, não dependendo de apenas um produto.

É possível cultivar junto árvores frutíferas, madeireiras, plantas graníferas (produção de grãos), forrageiras e até medicinais e ornamentais. Cada cultura é implantada no espaçamento adequado ao seu desenvolvimento e às suas necessidades de luz, fertilidade, arquitetura e porte, que são cuidadosamente combinadas por métodos específicos.

Segundo os engenheiros florestais e fundadores da iniciativa Pretaterra, uma iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos pelo mundo, Paula Costa e Valter Ziantoni, o sistema é planejado para permitir colheitas desde o primeiro ano de implantação.

“A ideia é que o agricultor tenha rendimentos oriundos de culturas anuais, como hortaliças e frutas de ciclo curto, enquanto aguarda a maturação das espécies florestais e das frutíferas de ciclo mais longo. Isso garante produtos disponíveis para a comercialização em diferentes épocas do ano e ao longo do tempo, incrementa a renda e aproveita melhor a mão de obra familiar”, salienta Paula.

Ziantoni acrescenta que, além do benefício econômico, há inúmeras vantagens ambientais, como a recuperação da fertilidade dos solos, com redução de erosão, aumento da infiltração de água, e consequentemente, a conservação de rios e nascentes. 

Alerta 

Uma das espécies símbolo, a araucária, que produz o pinhão, pode sumir. Surgida há milhões de anos a árvore pode desaparecer até 2070 segundo um estudo da Universidade de Reading (Reino Unido). Isso porque o habitát natural da espécie pode desaparecer com as mudanças climáticas. Atualmente o total de florestas com araucária não alcança 1%.

Agricultores familiares do Paraná buscam o resgate de áreas de floresta onde as árvores se desenvolvem visando à preservação desta e de outras espécies e à proteção das nascentes de rios. O projeto chamado de Conexão Araucária vai recuperar cerca de 330 hectares em pequenas propriedades rurais distribuídas em sete municípios no Sudoeste paranaense.

A expectativa é de que com o tempo, o projeto também contribua para o desenvolvimento da agricultura aliada com práticas sustentáveis. “A recuperação da biodiversidade regional, o maior controle biológico das pragas, o aumento da presença de polinizadores, melhorias na fertilidade do solo, a melhoria na qualidade e quantidade da água e o auxílio da regulação climática são alguns dos benefícios que temos por meio desse projeto e são essenciais para termos as condições de continuar produzindo cada vez mais e melhor”, afirma Flavio Goulart, Diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI.

O mel de bracatinga

Outra espécie bem conhecido no agronegócio é a bracatinga, especialmente em Santa Catarina. Nativa do Brasil, pouco conhecida, ela serve para tudo o que um eucalipto serve mas perdeu espaço comercialmente.

A árvore tem papel ambiental porque tem a capacidade de retirar o nitrogênio da atmosfera e fixá-lo no solo, enriquecendo-o, além de incorporar grande quantidade de material orgânico. Ela se autossemeia já a partir de um ano.

Dela sai um carvão que agrega valor à renda de agricultores que fazem cultivo legalizado em Biguaçu (SC). O melato é outro produto da bracatinga de alto valor agregado. Trata-se de um tipo diferente de mel, produzido pelas abelhas a partir da secreção açucarada excretada pela cochonilha, que é um inseto que ataca a casca da árvore. Por fim, a bracatinga ainda pode ajudar a aumentar a produção de leite. O sistema silvipastoril prevê a plantação de árvores no entorno do pasto para fornecer sombra às vacas.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.