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Dia de campo aborda inovação no cultivo de abacaxi no AM

Informações técnicas e inovações adotadas no cultivo de abacaxi foram apresentadas no Dia de Campo Abacaxi Inovação


Informações técnicas e inovações adotadas no cultivo de abacaxi foram apresentadas no Dia de Campo Abacaxi Inovação, promovido pelo Sebrae e Horti Fruti Lia, na sexta-feira, 21, no sítio do produtor rural Eurádio Souza,  zona rural do município de Itacoatiara (AM). Cerca de 150 pessoas , entre estudantes, técnicos , produtores e representantes de instituições que atuam no setor agrícola, estiveram presentes no evento.

No dia de campo, o produtor apresentou seu plantio e as inovações que vêm adotando e foram realizadas palestras abordando tecnologias para a cultura do abacaxi. Com um plantio de 13 hectares de abacaxi, o agricultor Eurádio Souza planejou um cultivo escalonado, onde a  cada mês planta uma etapa, para atender o mercado em diferentes períodos. A primeira colheita está prevista para janeiro de 2019. Ele informou que em sua lavoura  segue os principais tratos culturais, faz a adubação com base em análise de solo, faz indução floral, entre outros procedimentos. Tem assessoria de um agrônomo e busca apoio em publicações e orientações da Embrapa, assim como de empresas agrícolas e de assistência técnica.  Além de abacaxi, o projeto da fazenda é voltado para cultivo de maracujá, limão tahiti, melancia e melão.

O dia de campo contou com palestra da Embrapa sobre a cultura do abacaxizeiro no Amazonas e o manejo de pragas; além de palestra da empresa Timac Agro sobre  manejo nutricional do abacaxizeiro, e apresentação da empresa Motoagro, de implementos agrícolas.

Eurádio passará também a adotar a mecanização de alguns processos em sua lavoura e no evento demonstrou equipamento adquirido recentemente, que consiste em kit acoplado em motocicleta para uso em pulverização, adubação, poda e roçagem. O empresário e representante da Motoagro, Wagner Guidi, contou que desenvolveu implementos inicialmente para atender suas necessidades como agricultor na lavoura de abacaxi em Minas Gerais e depois agricultores ficaram interessados e então passou a desenvolver réplicas e adaptações para diversas tarefas executadas na lavoura de abacaxi, atendendo atualmente produtores também em outras regiões. 

Estiveram presentes no dia de campo, equipes da Embrapa Amazônia Ocidental, da Universidade Federal do Amazonas, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) , da Superintendência Federal de Agricultura do Amazonas, entre outras instituições e empresas.

O chefe-geral interino da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Azevedo, presente no dia de campo, parabenizou pela iniciativa do produtor em adotar tecnologias no seu cultivo, destacou a importância de fomentar o empreendedorismo e de reunir diferentes segmentos - como universidades e instituições de pesquisa, produtores, estudantes, empresas, Sebrae - interessados em promover o desenvolvimento local.

A gestora de projetos do Sebrae Itacoatiara, Jady Costa, disse que o Sebrae dá apoio também ao produtor rural, e nesse caso de Eurádio o apoio é na gestão da propriedade com orientações, cursos e consultorias, e está atuando junto a outros produtores do entorno de Itacoatiara,  voltada para a diversificação da produção agrícola.

Manejo de pragas

Em sua palestra, o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, alertou sobre as principais pragas na cultura do abacaxi e ressaltou a orientação de fazer o monitoramento constante na lavoura para observar  quando aparecem as pragas e adotar  o manejo de acordo com cada caso.  “É possível produzir (abacaxi) num sistema com uso mínimo de agrotóxico, fazendo o monitoramento integrado de pragas”, comentou o pesquisador da Embrapa.

A recomendação é não adotar aplicação de produtos contra pragas com base em "calendário", como alguns produtores costumam fazer,  mas realizar o monitoramento para observar quando ocorrem as pragas, em que nível e avaliar se há necessidade de aplicação e qual o procedimento mais indicado naquela situação. Marcos citou o exemplo de produtores de abacaxi no estado de Tocantins, que passaram a fazer o monitoramento e com isso deixaram de aplicar 3,6 litros de inseticida por hectare, melhorando a qualidade dos frutos, preservando o ambiente e a saúde do trabalhador e, também, reduzindo custos na produção.

O pesquisador alertou que mudas infectadas  têm sido um dos principais meios de disseminação de pragas e doenças na cultura do abacaxi. Embora alguns produtores façam  seleção de mudas  visualmente e  façam tratamento químico, essas práticas não têm apresentado bons resultados. O recomendável é não levar mudas de um plantio para outro, e  selecionar as  mudas sadias no próprio plantio, durante a colheita. Uma sugestão é fazer a chamada “cura das mudas”, colocando-as para secar ao sol com a base virada pra cima, durante 3 a 10 dias. Essa técnica elimina umidade, a podridão, ajuda na cicatrização da planta e elimina cochonilhas (pequenos insetos que ficam embaixo das folhas e transmitem vírus que causam a murcha do abacaxizeiro, levando a perdas de produção).

As mudas são importante veículo de dispersão da cochonilha e também da fusariose, esta considerada a doença mais importante da cultura do abacaxi no Brasil. Essa doença ainda não chegou ao Amazonas, porém é encontrada em quase todas as regiões produtoras. Causada pelo fungo Fusarium subglutinans, essa doença pode levar a perdas acima de 80% na produção de frutos. Ao identificar sintomas de fusariose em plantios de abacaxi no Amazonas é importante informar ao órgão de assistência técnica (Idam), ao Ministério da Agricultura ou à Embrapa (telefone 092-3303-7965).

O pesquisador destacou entre as principais pragas que  afetam a cultura do abacaxi no Amazonas: a Broca do fruto , Podridão do olho , Podridão negra do fruto, Ácaro alaranjado, Cochonilha e Murcha associada a cochonilha. 
 

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