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Dilma diz que Brasil pode ser potência agrícola e ambiental

Dilma afirmou que vetará qualquer trecho do código que considere prejudicial ao país


BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff garantiu na sexta-feira (17) que o Brasil pode combinar desenvolvimento agrícola com proteção ambiental, em meio a temores com o aumento do desmatamento diante do texto do Código Florestal aprovado na Câmara e que agora está no Senado.


"Não há contradição, nem pode haver, num país que quer ser potência agrícola, ele tem de ser também potência ambiental", disse Dilma a jornalistas após o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2011/12 em Ribeirão Preto (SP), evento acompanhado especialmente, por empresários do agronegócio.

"Nós não somos a favor de desmatamento, não vamos compactuar com o desmatamento, e achamos que a agricultura nem a pecuária precisam disso", afirmou.

Críticos do texto do novo Código Florestal aprovado na Câmara Deputados em maio afirmam que ele anistia desmatadores e pode incentivar a destruição da floresta.

Dilma já afirmou que vetará qualquer trecho do código que considere prejudicial ao país.

O plano lançado pelo governo --que destinará 107,2 bilhões de reais em financiamento para a agricultura empresarial-- prevê 3,15 bilhões de reais para produtores que investirem em técnicas de maior produtividade no campo com redução da emissão de gases do efeito estufa.

"É possível ter compromisso com o meio ambiente e, ao mesmo tempo, ter um compromisso absolutamente inarredável com a agricultura e a pecuária", disse a presidente.

Dilma citou o Brasil como uma potência na produção de alimentos e defendeu a necessidade de maior produção com menor uso de terra. Ao destacar a defesa ambiental, criticou outros países que alegam que o Brasil estaria desmatando a favor da agropecuária.


"Aqueles que nos apontam muitas vezes tentando uma competição desleal... nos apontam o dedo, 'vocês estão desmatando a Amazônia e produzindo cana-de-açúcar', são aqueles que tentam essa forma de competição desleal", disse no discurso.

O plano destina ainda uma linha de crédito para financiamento da renovação e ampliação dos canaviais brasileiros. A medida é para atender a demanda crescente por etanol, com o avanço dos veículos flex, e permitir estabilidade dos preços do combustível.

Dilma disse que a medida é "essencial para o país não perder sua posição em relação ao etanol". O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que produzem o combustível a partir do milho.

(Por Hugo Bachega)

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