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Dimarzio sugere à França maior aproximação comercial com o Brasil


O Brasil e a França poderão criar grupos temáticos para avaliar as cadeias produtivas do agronegócio de interesse mútuo com vistas a estabelecer acordos bilaterais. A sugestão foi apresentada nesta semana pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Amauri Dimarzio, ao governo francês. Segundo ele, isso poderá contribuir para a adoção de medidas que facilitem o comércio de produtos agropecuários entre os dois países.

“Sugeri ao governo francês que peça oficialmente ao Brasil a formação desses grupos”, disse hoje (02/10) Dimarzio, por telefone, de Clermont-Ferrand, no sul da França. “Essa medida contribuiria para dar mais transparência nas negociações bilaterais”. De acordo com o secretário, as autoridades francesas gostaram de proposta. “Poderiam ser avaliadas, por exemplo, as cadeias do açúcar, café, soja e carnes. Isso permitiria ter informações sobre cada um desses setores”.

Dimarzio e o secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, estão visitando aquele país, a convite do governo francês, desde a última segunda-feira. Eles já tiveram reuniões com representantes do Ministério da Agricultura, Alimentação, Pesca e Assuntos Rurais, do Ministério da Economia, Finanças e Indústria, da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos e da Confederação Nacional de Pecuária. Além disso, participaram da Assembléia Permanente das Câmaras de Agricultura.

Durante a visita, Dimarzio constatou que o modelo francês de rastreamento e certificação bovina é semelhante ao do Brasil. “A rastreabilidade aqui é individual e é feita desde o nascimento do animal”. Para ele, isso reforça a disposição do Mapa de manter e aperfeiçoar o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). A partir de 2004, adiantou, apenas o gado rastreado será exportado e o período de rastreamento deve ser ampliado.

“Os europeus estão muito preocupados com a segurança alimentar. Quem não cumprir as exigências deles, estará fora do mercado da União Européia”, destacou o secretário-executivo. Ele ressaltou ainda que a França não impõe restrições aos alimentos geneticamente modificados. Tanto que liberou recentemente o cultivo de milho transgênico BT. “Quem quiser soja convencional, precisa pagar entre dez e doze por cento a mais pelo produto”.

O secretário-executivo do Mapa afirmou ainda que os franceses estão surpresos com a liderança assumida pelo Brasil nas negociações agrícolas durante a 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), no mês passado, em Cancún (México), quando surgiu o G-21 (grupo de países desenvolvidos). A França, acrescentou ele, está disposta inclusive a ser interlocutora do Brasil junto à União Européia.

Ontem (02-10), o secretário-executivo do Mapa visitou uma feira pecuária em Clermont-Ferrand, onde se encontrou com o ministro de Agricultura da França, Hervé Gaymard. Amanhã, ele manterá novos contatos com pecuaristas franceses, quanto tratará da seleção de gado de corte e métodos de avaliação desses rebanhos. No sábado, Dimarizio retorna ao Brasil. Tadano volta hoje (03-10) ao país.

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