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Diretor da Famato diz que ferrovia de Mato Grosso até o Peru é inviável

Custos de transporte da soja de MT até o Peru seriam mais elevados que utilizando o porto de Santos


Custos de transporte da soja de MT até o Peru seriam mais elevados que utilizando o porto de Santos

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) foi anfitriã de uma reunião com a comitiva de trabalho do governo de Tacna, no Peru. O encontro aconteceu no prédio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A reunião foi uma solicitação do governo peruano com o objetivo de trocar ideias e propostas de negócios na zona franca de Tacna, infraestrutura, logística e indústria.

Uma das propostas é a consolidação de uma ferrovia ligando Brasil e Peru. O que é considerada pelo diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini inviável economicamente. A afirmação de Romanini é respaldada pelo levantamento feito pela Seção Latino Americana da União Internacional de Ferrovias (UIC), no ano de 2015, que apontou que o custo do transporte de uma tonelada de soja de Lucas do Rio Verde até Xangai, na China, sai por US$ 120,43 se a mercadoria for embarcada no porto de Santos (SP). Saindo pelo porto de Ilo, no Peru, o frete sai a US$ 166,92. Uma diferença de US$ 46,49 por tonelada.

Para o diretor executivo do Movimento Pró-logística, Edeon Vaz Ferreira, os custos de transporte da soja de Mato Grosso até o porto de Ilo, no Peru, seriam mais elevados que utilizando o porto de Santos, em São Paulo. Ele afirmou que a logística, é considerada o grande gargalo do estado, considerando que Mato Grosso está distante dos portos. “Temos um mercado interno bastante significativo, porém os grandes centros consumidores estão distantes”, pontuou Ferreira.

Conforme o diretor, em um governo passado, o Estado optou pela rodovia em vez de ferrovia e hidrovias. “Sendo assim, a nossa logística é um dos maiores problemas que Mato Grosso tem. O produtor rural da porteira para dentro é extremamente competitivo com qualquer agricultor do mundo, mas nós perdemos da porteira para fora em função da logística”, pontuou.

Na oportunidade o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, fez uma apresentação sobre o “play mundial” da cadeia do agronegócio mato-grossense. Na explanação Latorraca, afirmou que o agronegócio representa 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, tendo em vista que ele agrega não só a agropecuária, mais também toda a indústria, distribuição e comércio agro. “O agronegócio tem uma representatividade e vem segurando a economia do país”, destacou.

Os dados apontaram que Mato Grosso é líder em várias produções como: bovinocultura de corte, soja, milho, algodão, milho e girassol. Segundo Latorraca, essa liderança vem do grande crescimento que houve nos últimos anos. Em 2000, por exemplo, o estado produzia ao entorno de 2 milhões de toneladas de grãos e em 2015 atingiu 57 milhões de toneladas de grãos em pleno uso da capacidade. 

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