CI

Divulgado laudo sobre a morte do trabalhador em usina de cana de SP

Trabalhador foi carbonizado enquanto fazia a queimada da cana na Usina Bela Vista, em Pontal, no norte de São Paulo


Saiu o laudo sobre a morte do trabalhador que foi carbonizado enquanto fazia a queimada da cana na Usina Bela Vista, em Pontal, no norte de São Paulo. O acidente foi há um mês e o Ministério do Trabalho encontrou irregularidades nos procedimentos de segurança.

O laudo necroscópico confirmou a suspeita. Sidnei dos Santos, de 40 anos, morreu no dia dez de julho, intoxicado pela fumaça da queima da cana. No relatório do Ministério do Trabalho os fiscais apontaram várias falhas nos procedimentos adotados pela Usina Bela Vista, como a falta de treinamento, a ausência de equipamentos de segurança adequados e a causa principal: invés de uma linha de fogo, os trabalhadores usaram três.

“Com mais de uma linha de fogo a queima ficou incontrolável. Há relatos de um vento forte que foi em direção ao trabalhador. Ele provavelmente se assustou e tentou se refugiar em outro talhão, onde, por infelicidade, o fogo já tinha pulado”, explicou Edson Bin, auditor fiscal do Ministério do Trabalho.

A usina deverá pagar multa de cerca de quatro mil reais e terá de se adequar a exigências do Ministério do Trabalho. “A usina sempre seguiu as determinações legais. Foi surpreendida por um fato que eu entendo como ter sido um fato da natureza, uma virada de vento. A usina tem maior interesse de proteger seus trabalhadores”, defendeu Eduardo Velocci, advogado da usina.

Com as informações do relatório o Ministério do Trabalho traçou algumas medidas para reforçar a segurança dos trabalhadores. Agora, deve ser marcada uma reunião com representantes das usinas para passar as novas orientações.

A mulher de Sidnei, Rosineia Porto da Rocha, entrou com um pedido de indenização e espera que a morte do marido sirva de alerta para um setor que precisa de mais segurança.

“Eu acho que tinha de virar lei o curso de queima de cana e o uso de roupa adequada para todas as usinas”, disse Rosineia.

Os fiscais do Ministério do Trabalho constataram, também, que a queima da cana naquela área ainda não estava liberada pelo departamento paulista de recursos naturais. O inquérito sobre a morte ainda não foi concluído.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.