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Divulgado resultado do primeiro teste do uso de biodiesel

O resultado demonstrou que a composição de 5% é tecnicamente viável


O Ladetel da USP de Ribeirão Preto (SP) divulgou resultados do primeiro teste oficial do uso de biodiesel no país. O teste pioneiro foi realizado em conjunto com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - Anfavea e com empresas do setor automobilístico e de combustíveis. Durante os últimos 18 meses, 140 caminhões e cinco vans da frota da empresa Refrescos Ipiranga rodaram cerca de 7 milhões de quilômetros, com o uso da mistura de 5% de biodiesel de soja e 5% de mamona. O teste foi aprovado pela Agência Nacional do Petróleo. O resultado demonstrou que 5% de biodiesel na composição do combustível – o B5 é tecnicamente viável.

“Não foi encontrado nenhum inconveniente no uso desse componente renovável. Concluímos o teste com um dos quatro sistemas de injeção a diesel que a Anfavea precisava para validar o uso do B5 na matriz energética brasileira”, afirma Miguel Dabdoub, coordenador do Ladetel.

Outro ponto positivo dos testes foi a constatação de que o B5 reduz entre 3% e 5% a emissão no meio ambiente de materiais particulados, fumaça preta que sai do escapamento do carro.

Pionerismo

Na Europa e nos EUA o biodiesel é produzido à base de metanol – álcool fóssil originado do gás natural ou do petróleo.

“O biodiesel 100% renovável, vegetal, de base etílica, como o que usamos é o pioneiro no mundo”, ressalta Dabdoub.

Segundo ele, o governo federal tem trabalhado a favor da implantação do biodiesel criando condições para que esses biocombustíveis sejam produzidos no Brasil e no mundo.

“Precisamos de outros países produzindo para transformar esses produtos numa commodity internacional. E assim assumirmos a posição de líder no mercado”, avalia.

O ponto chave da produção em larga escala, afirma Dabdoub é a agricultura de grãos, que ainda não é suficiente para suprir a indústria de biodiesel no país.

“O incremento dessa produção é visível. Mas ela deve crescer ainda em função da garantia que o governo der ao produtor de que o seu produto será comprado”, avalia.

Existem 27 indústrias aprovadas pela ANP, mas nem todas estão em funcionamento. Atualmente estão sendo comercializados de 200 a 250 milhões de litros de Biodiesel no país. Mas a expectativa é ultrapassar os 800 milhões já no próximo ano. Produção necessária para a implementação dos 2% obrigatórios pela Lei 11.097, a partir de 2008.

“Se atingirmos esse patamar, com os resultados técnicos do testes realizados em Ribeirão Preto, não tenho tenho dúvida que o uso dos 5% será antecipado para 2010”, conclui Dabdoub.

A partir dos resultado a parceria Ladetel- Refrescos Ipiranga estuda agora testar a viabilidade do B20.

Testes também com dendê e mamona

Além do teste realizado em Ribeirão Preto o Ladetel coordenou mais três testes. Na Usina Catanduva foram testados o uso de 20% de soja e 5% de mamona, durante 18 meses. E os resultados foram satisfatórios, segundo os responsáveis pelo trabalho.

O B30 de soja foi testado em veículos de marcas leves, que ainda não são autorizados a rodar no Brasil com o biocombustível.

São veículos das marcas Peugeot e Citröen. E já há novidades nas avaliações. “Agora começam a ser utilizados, também, o dendê e uma mistura de soja e mamona”, ressalta Dabdoub.

Um quarto teste foi realizado em máquinas Caterpillar, no Estado de Minas Gerais. “Utilizamos diferentes misturas, que vão de 5% a 100%. Em todos os casos tivemos sucesso”, conclui.

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