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Dow Agrosciences suspende proibição de uso de herbicida 2,4-D em municípios do PR


A Dow Agrosciences Industrial Ltda., multinacional fabricante do herbicida 2,4-D, está conseguindo suspender, através de liminares na Justiça, a proibição do produto em alguns municípios do Paraná. O problema maior acontece na região de Campo Mourão, onde o número de cidades que restringiu o uso do herbicida é elevado.

Recentemente, uma liminar expedida pela juíza substituta da comarca de Ubiratã, Fabiana Januário Pesseghini, suspendeu a proibição ao uso do 2,4D, em Juranda. Alegando causar danos a coletividade, câmaras legislativas municipais criaram leis restringindo ou, até, proibindo o uso do herbicida.

"A empresa estava se sentindo prejudicada e por esta razão decidiu entrar com liminares para suspender as proibições", informou o engenheiro agrônomo Álvaro Fernando de Souza, responsável pela venda e assistência técnica do produto na região Centro Oeste do Estado.

Segundo ele, a Dow Agrosciences acredita que as leis, ainda em vigor em alguns municípios, são inconstitucionais, principalmente, porque somente a União poderia legislar sobre o meio ambiente. No caso de Juranda, a juíza entendeu que a lei municipal estava causando danos ao fabricante, uma vez que impede os agricultores de adquirir o 2,4-D.

Assim como Juranda, outros 20 municípios do Paraná, que também restringiam o produto, tiveram suas leis suspensas. De acordo com Tarciso Bonacheli, coordenador do departamento de Relações com a Comunidade da multinacional, o herbicida é reconhecido internacionalmente pela eficácia no plantio direito, possui registro tanto na União como no estado e não é proibido em nenhuma outra região do país.

"Mesmo com as restrições, o 2,4-D não teve redução nas vendas", disse Bonacheli. Ele acredita que, mesmo sendo proibida, a sua utilização continuou sendo praticada em alguns municípios.

No entanto, para o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), o efeito do produto pode ter conseqüências desastrosas. "Estamos certos de que o produto foi o responsável por danos a algumas matas da região de Peabiru", informou Claudinei Antônio Mincchio, diretor regional do Senge, na região de Campo Mourão.

Como exemplo, ele cita a morte de inúmeras árvores em pelo menos duas propriedades do município de Peabiru. "A multinacional até fez um laudo sobre as matas, onde apontou como responsável pelos danos, a ação de cupins".

Mincchio não aceita o laudo. Para ele, a prova maior da ação do herbicida sobre a vegetação está nos depoimentos dos próprios moradores locais que, além de sentirem o cheiro do 2,4-D, também encontraram embalagens vazias do produto em áreas vizinhas.

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