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É possível continuar produzindo citros com ocorrência de greening?

A doença causa rápida queda da produção, queda de frutos e frutos de baixa qualidade para a indústria


Uma pesquisa feita pelo programa de Pós-Graduação em Fitopatologia Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) mostrou como continuar produzindo citros mesmo com a ocorrência de greening. Hoje, o Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, porém a doença, que causa rápida queda da produção, queda de frutos e frutos de baixa qualidade para a indústria em todos os pomares das regiões produtoras, vem trazendo desafios cada vez maiores aos produtores brasileiros. 

A tese estudou o comportamento da doença para modelar como essa epidemia acontece no Brasil e comparou os resultados com a situação da epidemia de HLB nos Estados Unidos, que é o segundo maior produtor de laranja.  “No Brasil usamos um sistema de mudas certificadas, quando o produtor planta, ele sabe que as plantas não estão doentes. Nos Estados Unidos não havia isso quando o HLB foi detectado (em 2005), e acontecia de novos pomares serem implantados com mudas infectadas, então esses pomares se tornaram improdutivos em poucos anos”, contou a autora. O trabalho também mostrou que a população do vetor psilídeo foi muito pequena na área estudada, provavelmente resultado do controle químico rigoroso adotado.

Em 2014 foi implementado o manejo regional da doença. A medida previne a contaminação da planta por vetores vindos de outros pomares por meio da inspeção de  propriedades vizinhas. “O maior desafio no manejo do HLB é a movimentação de D. citri, que adquire a bactéria em plantas infectadas fora da propriedade, para dentro de propriedades onde o manejo rigoroso é adotado e infectam as plantas”.

Comparada a todas as epidemias de HLB já relatadas na literatura, os resultados do trabalho demonstraram que a doença ocorreu de forma mais lenta, com menor incidência e quantidade de vetores capturados em propriedades que realizaram o manejo indicado para a doença, incluindo o manejo regional. “Assim, concluímos que é possível continuar produzindo laranja mesmo sob epidemia de HLB, mantendo incidências baixas da doença por meio da realização de manejo interno rigoroso e externo com eliminação de plantas não comerciais”.

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