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El niño coloca conservação de solos do Paraná à prova

O ano de 2023 tem sido desafiador para a conservação de solos no Paraná


Foto: Arquivo

O ano de 2023 tem sido desafiador para a conservação de solos no Paraná devido às intensas chuvas e eventos climáticos extremos influenciados pelo fenômeno El Niño. De acordo com informações do Sistema FAEP/SENAR-PR, o estado tem enfrentado precipitações acima da média, como evidenciado pelo temporal ocorrido em 28 de outubro.

Municípios paranaenses registraram índices de chuva excepcionais em um único dia, superando as expectativas para o mês inteiro. Essa situação alertou para a urgência de adotar boas práticas agropecuárias visando a conservação do solo.

A Região Sudoeste do estado foi uma das mais atingidas pelas chuvas intensas. Em Dois Vizinhos, por exemplo, foram registrados 296 milímetros de chuva em 28 de outubro, conforme dados de uma das sete estações da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroPesquisa), superando a média histórica de 243 milímetros para o mês.

Essas estações estão localizadas em megaparcelas, cada uma com aproximadamente dois hectares, distribuídas em áreas rurais de sete municípios. Nessas áreas, uma parcela possui terraços, enquanto a outra não. Essa configuração possibilita a mensuração dos benefícios financeiros, ambientais e sociais proporcionados pelo uso dessas práticas de manejo do solo, não apenas para os produtores, mas para a sociedade como um todo.

A análise das amostras de água coletadas durante as chuvas de outubro permitirá avaliar as perdas de nutrientes. Esse processo demanda tempo devido aos procedimentos laboratoriais necessários para mensurar os dados.

Entretanto, dados da estação da Rede AgroPesquisa em Cambé já processados evidenciam a diferença nas perdas de nutrientes entre áreas com e sem terraços. Tiago Telles, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), destaca que, entre maio de 2019 e outubro de 2022, as perdas foram de US$ 282 por hectare na parcela sem terraço, enquanto na área com terraço foram apenas US$ 32 por hectare.

Esses números foram calculados a partir das perdas de nutrientes convertidas em fertilizantes comerciais e multiplicadas pelos preços de mercado de cada nutriente na época de cada evento erosivo. Esses valores foram baseados nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ajustados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro de 2022 e convertidos para dólares (considerando a cotação de 1 US$ equivalente a R$ 5,2171).

Nos últimos anos, devido às chuvas abaixo da média, os problemas relacionados à erosão acabaram ficando em segundo plano para os produtores.

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