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Em ano de estoques em baixa, incentivos tendem a elevar a produção

As cooperativas informam que vão plantar área 9,2% maior, porque os estoques mundiais estão em baixa


Os incentivos do governo do Paraná e do governo federal no custeio do seguro tendem a aumentar a produção de trigo num ano em que o setor está recuperando seu ânimo. As cooperativas informam que vão plantar área 9,2% maior, porque os estoques mundiais estão em baixa e a tendência é que a Argentina limite novamente as vendas ao Brasil, como ocorreu em 2008. O país vizinho, além de ter colhido metade das 16 milhões de toneladas esperadas para a safra passada, está com problemas no plantio e deve reservar a produção ao consumo interno.

“Com a subvenção do seguro, o risco clima cai bastante. Apesar de a maior parte dos produtores já ter planejado a safra, o incentivo deve aumentar a produção nos próximos anos”, avalia o Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Ele considera que o produtor definiu sua intenção de plantio avaliando o mercado, e ganha um motivo extra para cultivar com a disposição do governo do estado de pagar de 15% a 30% do preço do seguro. “Quem iria gastar R$ 10 mil, com 70% do governo federal e 15% do estadual, pode gastar R$ 1,5 mil.”

Ainda não há uma avaliação sobre quanto essa subvenção vai incentivar a safra. O governo do estado planeja ampliar a participação do Paraná de 53% para 70% da produção nacional, disse o secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini. Com isso, os recursos destinados ao seguro devem subir de R$ 3 milhões para R$ 5 milhões em 2010.

Ele afirma que o Paraná vai ajudar o país a reduzir sua dependência da importação de trigo argentino. Hoje o Brasil consome perto de 11 milhões de toneladas ao ano e importa 5 milhões de toneladas. Mais da metade desse volume vem do país vizinho, que tem custo de produção inferior e, com isso, limita a renda dos produtores brasileiros.

Os incentivos à produção nacional estão aumentando. O trigo melhorador e o pão, que predominam no Paraná, tiveram os preços mínimos de referência elevados para R$ 555 (15%) e 530 (10%) em abril. O brando, mais produzido no Rio Grande do Sul, subiu para R$ 441 (5,5%). O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) promete lançar duas variedades mais rentáveis nos próximos meses.

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