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Emater-MG incentiva qualidade junto aos produtores de queijo cabacinha

Produto fabricado por pequenos, médios e grandes produtores rurais do Norte do Estado, o queijo cabacinha vem despertando a atenção de técnicos da Emater-MG


Produto fabricado por pequenos, médios e grandes produtores rurais do Médio Jequitinhonha, no Norte do Estado, o queijo cabacinha vem despertando a atenção de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), pela importância econômica, cultural e social, entre outros aspectos. "A produção de queijo cabacinha gera emprego no meio rural e garante a fixação do homem no campo, além de ser um produto tradicional na região", afirma a coordenadora técnica estadual do Programa Queijo Minas Artesanal, Marinalva Olívia Martins Soares.


Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Emater-MG iniciou nesta semana, no município de Pedra Azul, as primeiras ações para organizar a cadeia produtiva do queijo, no âmbito da produção e comercialização. Uma equipe de extensionistas da Unidade Central da Emater-MG se encontrou com produtores de 11 municípios, onde o cabacinha é fabricado. Extensionistas de escritórios locais destes municípios, dos núcleos de Pedra Azul e Itaobim, também participaram da reunião que debateu questões relacionadas à qualidade do produto, associativismo e cooperativismo e engenharia de alimento.

O objetivo, de acordo a coordenadora técnica estadual Marinalva, é ter um diagnóstico para que a Emater-MG possa atuar na organização dos produtores de tal modo a estimular a produção, a qualidade e a melhor inserção do produto no mercado . "De uma forma democrática, discutida com os interessados, sem ser de cima para baixo", ressalta. A idéia é montar um programa de melhoria da qualidade do produto e conferir a ele uma identidade cultural, à semelhança do que hoje já ocorre com os queijos do Serro, Canastra, Cerrado e Araxá. Para tanto, será necessário resgatar a história do cabacinha na região e fazer um levantamento da atual situação dos produtores.

O queijo cabacinha é produzido artesanalmente. O nome de batismo tem relação com o fato de o produto ter o formato de uma pequena cabaça. De massa pré-cozida, o queijo pode ser consumido in-natura. O gosto e a textura guardam semelhança com o muçarela, mas "pode ser considerado um tipo de requeijão", segundo o extensionista José Geraldo Lisboa de Matos, técnico agropecuário lotado no escritório da Emater-MG de Pedra Azul. O município é considerado berço da produção artesanal. Segundo levantamento preliminares sobre a origem do produto na região, a receita foi introduzida em 1952, pelo produtor Alberto Firmiano Mendes de Oliveira, na Fazenda Planície, depois de concluir em 1949, um curso técnico de laticínios, na Escola de Laticínios Cândido Tostes, de Juiz de Fora. Ainda hoje, o laticínio é tocado por parentes do produtor pioneiro.


De acordo José Geraldo, Pedra Azul tem cerca de 150 produtores do queijo cabacinha e a Emater-MG preocupa com a situação desse segmento e por isso vem discutindo com freqüência o tema. "Queremos organizar a cadeia produtiva do leite, agregando valor ao produto, para que possa ser produzido e vendido para todas as regiões do Estado e do país de forma legalizada", enfatiza o extensionista rural, lembrando que ainda existem questões pendentes de legalização e certificação do produto, que precisam ser resolvidas. O primeiro Encontro dos Produtores de Queijo Cabacinha aconteceu nesta terça-feira (01 de abril), na casa paroquial de Pedra Azul e contou com a presença de 100 participantes.

Atualmente, os produtores convivem com vários problemas, como a instabilidade dos índices pluviométricos da região (tem ano que chove pouco, em outros chove muito), falta de energia, lugar adequado para a produção, carência de profissional capacitado para cuidar da saúde do rebanho (veterinário), entre outros gargalos, como aponta o pequeno produtor de Pedra Azul, Isnaldo Rodrigues de Souza, de 32 anos. Como muitos agricultores familiares da região, Isnaldo, que gerencia a fazenda Anis, de propriedade da família, aprendeu o ofício com o pai. Este por sua vez, aprendeu a receita do cabacinha há mais de 15 anos, com um amigo, que cuidou de propagá-la entre agricultores de muitos municípios da região.

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