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Embrapa desenvolve tecnologia biológica contra nematoides

Tratam-se de extratos naturais obtidos do resíduo da fabricação de biocombustíveis e celulose


Dois novos ativos tecnológicos voltados ao mercado de defensivos agrícolas foram anunciados pela Embrapa. Tratam-se de extratos naturais obtidos do resíduo da fabricação de biocombustíveis e celulose, e um deles serve de matéria-prima para a fabricação de nematicidas – especialmente para controle do gênero Meloidogyne.

A tecnologia, captada da extração de óleo de grãos, possui também efeito nematostático, ou seja, capaz de paralisar e reduzir a infestação de nematoides. Pesquisador da Embrapa Agroenergia, Clenilson Rodrigues afirma que a origem vegetal, e não petroquímica, é um diferencial sobre os produtos existentes hoje no mercado. 

“Queremos colocar no campo um produto natural e que seja mais específico. Os nematicidas sintéticos normalmente têm amplo espectro e acabam afetando a microbiota de que as espécies vegetais necessitam para se desenvolver. Com isso, acaba-se eliminando outros organismos que poderiam auxiliar o desenvolvimento da lavoura, além de provocar contaminação de solo, lençol freático, etc”, explica.

Ele acrescenta que há possibilidade de se fazer pequenas modificações na estrutura química do princípio ativo para potencializar a atividade nematicida. “Em busca dessa alternativa, processos de isolamento estão sendo desenvolvidos para se chegar ao princípio ativo, o qual será empregado como molécula precursora para inclusão de grupos funcionais que irão conferir maior eficiência e especificidade ao produto, além da estabilidade necessária para ser aplicado em campo”, explica.

Outra tecnologia que pode ser aplicada ao mercado de agroquímicos é a lignina kraft, gerada nos resíduos da indústria de papel e celulose. Com esse material, os pesquisadores conseguiram microencapsular um composto para manejo integrado de pragas, de forma que ele passasse a ser liberado lentamente no campo.

De acordo com a Embrapa, a vantagem dessa tecnologia em relação às já disponíveis no mercado para liberação controlada de produtos é o uso de uma matéria-prima abundante, residual e, portanto, de baixo custo. “É um resíduo que tem um valor baixo de mercado e possui boas propriedades para microencapsulamento e nanoencapsulamento, por exemplo, a facilidade de interação com moléculas semioquímicas”, afirma o pesquisador Silvio Vaz Júnior, da Embrapa Agroenergia.

A empresa pública de pesquisa procura agora parceiros para as próximas etapas do desenvolvimento das tecnologias.

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