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Embrapa e parceiros fundadores formalizam contrato do hub de inovação AgNest

Modelo de parceria público-privada visa desenvolver novas soluções tecnológicas para impulsionar o agronegócio


Foto: Divulgação

A agricultura nacional agora conta com um novo instrumento estratégico, capaz de gerar inovação e competitividade para o setor. Aconteceu ontem (29), na sede da Fiesp em São Paulo, SP, a assinatura de contrato de parceria entre Embrapa, Nutrien, Banco do Brasil, Jacto e Bayer para o lançamento oficial do AgNest, a mais nova solução para criação de tecnologia para o agro. As empresas vão compor, junto com a Embrapa, o comitê gestor responsável por dar início à operação do empreendimento, que vai funcionar como um hub de inovação no formato farm lab onde startups, empresas e outros agentes ligados ao agronegócio poderão atuar na experimentação e criação de soluções para atender ao setor.

Participaram do evento a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Martin; a superintendente federal do Ministério da Agricultura do Estado de São Paulo, Andrea Moura; o subsecretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Orlando Melo Castro; o vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, João Carlos de Nobrega Pecego; o diretor de Inovação Aberta da Bayer, Dirceu Ferreira; a diretora de Assuntos Corporativos para América Latina da Nutrien, Catharina Pires; e Wanderson Tosta, diretor de Marketing da Jacto.

Celso Moretti, presidente da Embrapa, participou on-line do evento, pois também acompanhava o lançamento do Plano Safra 2022/2023, em Brasília, DF. Moretti lembrou todo o histórico do hub de inovação, desde a ideia inicial, articulada por pesquisadores das Unidades da Embrapa (Meio Ambiente e Agricultura Digital), passando pelo edital de chamamento público ocorrido em dezembro de 2021, até o evento de ontem, que culminou na oficialização do AgNest. O presidente da Embrapa também destacou o apoio dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Agricultura e Abastecimento (Mapa), ao longo de todo o processo de formalização do empreendimento. O novo ambiente de inovação será instalado na fazenda experimental de 60 hectares da Embrapa em Jaguariúna (SP) e contará com infraestrutura de conexão e área de campo capazes de dar suporte a atividades de desenvolvimento, teste, validação e demonstração de novas tecnologias, desde as fases de ideação à atuação comercial.

Andréa Moura, superintendente federal de Agricultura de São Paulo (Mapa), ressaltou que a forma mais viável de oferecermos avanços tecnológicos e inovações para o agro é por meio de parcerias. “Nesse caso, quando se unem governo federal, iniciativa privada e institutos de pesquisa, de ciência e tecnologia, o caminho é mais rápido e direto”, disse.

Ela falou ainda que, no caso do AgNest Farm Lab, o avanço fica mais palpável e mais visível para o produtor porque a inovação se concretiza em uma fazenda. “Nem sempre o produtor consegue enxergar as inovações desenvolvidas por ‘startups’ ou empresas de pesquisa. O AgNest desmistifica isso”, afirmou.

Já Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), agradeceu a Embrapa e as empresas parceiras por escolherem a entidade para realizar o lançamento do AgNest, formato que considerou como um conceito super moderno, para fazer inovação com sustentabilidade, portanto adequado para ajudar o País na missão de continuar sendo um destacado ‘player’ na produção de alimentos

João Carlos de Nobrega Pecego, vice-presidente de negócios com o atacado do Banco do Brasil, frisou que o projeto AgNest possui algumas premissas em total sintonia com o que classificou de DNA do Banco. Segundo ele, a experimentação agropecuária, agricultura digital, conectividade de áreas rurais, fortalecimento da inovação aberta e empreendedorismo no setor agropecuário são princípios que o BB considera. “O ambiente do AgNest viabiliza a integração entre corporações, agtechs, instituições civis, científicas, investidores, organizações da sociedade civil e governos que estarão conectados a uma infraestrutura tecnológica e de negócios propícia ao desenvolvimento do agronegócio brasileiro”.

Catarina Pires, diretora de assuntos corporativos da Nutrien para América Latina, ressalta a oportunidade de apoiar este movimento do hub de inovação, focado em criatividade e especialmente, em agricultura sustentável. “O conceito desse projeto é essencialmente convergente com o modelo de negócio que procuramos desenvolver para esse novo varejo agrícola, na busca de atingirmos o status de uma agricultura ainda mais rentável e inclusiva, mais digital e ainda mais sustentável”, enfatizou.

Wanderson Tosta, diretor de marketing da Jacto, destacou o modelo do AgNest como relevante para o agronegócio e para a sociedade.  Conforme ele, o ambiente do hub oportuniza que ‘startups’ e empresas coloquem à prova seus experimentos voltados ao desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, a criação de ferramentas do agro e redução de custos, aumentar a produção e ser cada vez mais competitivo.

“Acreditamos que com a soma de esforços, poderemos contribuir muito com o projeto, mas também a gente quer aprender bastante com todos que estão fazendo parte dessa grande iniciativa”, visualiza. 

Dirceu Ferreira, diretor de inovação aberta da Bayer, lembrou o histórico de mais de 20 anos de parceria com a Embrapa, baseados na crença na ciência como ferramenta para construir uma agricultura mais sustentável. Ferreira lembrou os últimos projetos desenvolvidos em parceria com a Empresa, como o projeto de polinizadores, que visa entender o comportamento dos grupos de polinizadores a favor da produtividade da soja; o projeto de ferrugem que mapeou o genoma da ferrugem asiática, um fungo que é extremamente maléfico para a produção de soja no Brasil; o projeto de plantas daninhas que mapeou a disseminação das plantas daninhas resistentes e propôs soluções inteligentes e o projeto de cooperação Bayer/Embrapa,  que visa apoiar mercado de carbono para agricultura. 

 “Nesse histórico de mais de duas décadas de parceria, buscamos soluções para tornar a agricultura cada vez mais sustentável, tentando antecipar qual o próximo movimento que a agricultura vai dar, ou seja, qual vai ser o próximo efeito de um plantio direto no futuro, da biotecnologia?  Temos que pensar na transformação digital na agricultura nacional e esse contexto evidencia a importância de nos reunirmos em torno da ideia inovadora do AgNest”.

Já a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, explica que “a importância da oficialização do empreendimento está diretamente ligada às demandas advindas do setor produtivo, no desenvolvimento de tecnologias e com três eixos prioritários: sustentabilidade, agricultura digital e agricultura de precisão, além de um olhar para as fintechs e ensuretechs”. 

O comitê gestor deverá, como próximos passos, definir o modelo de governança do AgNest e estimular a agregação de novos parceiros.

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