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Embrapa expõe tecnologias de café em shopping de Brasília

Exposição no Shopping Conjunto Nacional vai abrir ciclo de eventos itinerantes na capital federal


O café é um dos produtos agrícolas de maior destaque no mercado internacional. As duas variedades mais consumidas mundialmente são a arábica (mais de 70%) e a robusta. O Brasil é o maior produtor mundial de café e, além disso, é o único país que tem uma produção competitiva e em larga escala de ambos os cafés, destacando-se como principal produtor de arábica e o segundo na produção de robusta, atrás apenas do Vietnã, o que deixa o país numa posição estratégica em relação ao suprimento mundial de café.

Diante da importância desse produto para economia do país, a Embrapa decidiu escolhê-lo como tema para a exposição que promove no período de 14 a 16 de abril, das 10 às 22 horas, na Praça das Gaivotas do shopping Conjunto Nacional, em Brasília, DF.

Durante o evento, que vai abrir um ciclo de exposições itinerantes que a Embrapa Recursos Genéticos pretende realizar em 2005, serão mostradas as pesquisas que visam o aumento da produtividade e a produção de variedades mais saudáveis, livres dos ataques de doenças e pragas da agricultura.

Biotecnologia: genoma e clonagem de café

Um dos destaques das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa é o seqüenciamento do genoma do café, concluído recentemente pelas duas unidades, em parceria com o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. A conclusão desse genoma levou à formação de um banco de dados com mais de 200 mil seqüências de DNA de café, que hoje é acessado por instituições do Brasil e do exterior.

As informações geradas pelo Projeto Genoma Café vão beneficiar toda a cadeia produtiva, inclusive os pequenos produtores, incentivando a produção de orgânicos e a proteção do meio ambiente e do trabalhador rural por meio do uso de tecnologias sustentáveis, e proporcionando a inclusão tecnológica da agricultura familiar. Sem falar nos consumidores, que vão poder contar com variedades de melhor qualidade, em termos de aroma e sabor, e com melhorias nas características nutracêuticas, como menor teor de cafeína, mais vitaminas etc.

No campo da biotecnologia, serão mostradas também as pesquisas para produção de mudas de café através de biorreatores. Esses equipamentos foram desenvolvidos e patenteados pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e funcionam como uma espécie de ”fábrica” de plantas, multiplicando mudas com muito mais qualidade, segurança e higiene, além de possibilitar economia em mão-de-obra.

Conservação: garantia de variabilidade genética

Quem visitar a exposição da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no Conjunto Nacional vai conhecer também as pesquisas desenvolvidas pela Unidade para conservação de sementes de café. O objetivo é ampliar e disponibilizar para os melhoristas genéticos a maior variabilidade genética possível de café para que possam gerar novas cultivares mais produtivas, resistentes a doenças ou com melhorias nutricionais.

A Unidade da Embrapa vem investindo na conservação de sementes de café a longo prazo em câmaras frias e em botijões de nitrogênio líquido, onde podem permanecer por mais de cem anos. Periodicamente são feitos testes para avaliar o seu poder germinativo.

Embrapa: de olho na entrada e controle de pragas do café

Serão apresentadas também as pesquisas de segurança biológica para evitar a entrada de pragas do café no Brasil. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é o órgão oficial designado pelo Ministério da Agricultura para fazer a quarentena de todo material vegetal que entra no país para fins de pesquisa.

Recentemente, foi interceptada uma doença em mudas de café importadas de Portugal, conhecida como Coffee Berry Disease, que não existe no Brasil, e poderia ter causado sérios prejuízos a nossa cafeicultura.

Outro destaque serão as pesquisas de controle biológico de pragas e doenças do café. O controle biológico se baseia no uso de “inimigos naturais” – insetos e microrganismos (fungos, vírus e bactérias) - das pragas para combatê-las. Esses agentes naturais são específicos para as pragas e não causam mal à saúde humana e ao meio ambiente.

Uma das pesquisas em andamento na Unidade da Embrapa é o controle biológico do nematóide de galhas pela bactéria Pasteuria penetrans. Essa é uma das piores ameaças à cultura de café e causa perdas de cerca de US$ 100 bilhões nas produções agrícolas em todo o mundo.

Essa bactéria, além de não poluir o ambiente, também não parasita animais, sendo altamente específica ao nematóide de galhas. Os testes feitos com um produto biológico à base da bactéria têm alcançado eficiência de 80% no controle desse nematóide em plantas de cafeeiro altamente infectadas.

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