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Embrapa instala primeiro escritório na África


Ainda no primeiro semestre deste ano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, irá instalar um escritório de transferência de tecnologias em Maputo, Moçambique, na África. O escritório de Maputo servirá como base institucional para interação com outros países africanos com os quais a Embrapa mantém acordos de cooperação técnica, além de atender aos pesquisadores destacados para a elaboração do plano de desenvolvimento agrícola da região onde se localizam as minas de carvão do Vale do Rio Zambezi - projeto este que está sendo desenvolvido em parceria com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

"Esta iniciativa permitirá que a Embrapa atue de modo organizado no continente africano, através de seus centros de pesquisa, ", destaca o diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola. A CVRD e a Embrapa já estão acertando os detalhes da cooperação em Moçambique, a partir do início dos estudos de viabilidade do projeto de exploração de carvão de Moatize em Moçambique.

Para iniciar o projeto, a Embrapa contratará, por meio de edital interno, dois pesquisadores que ficarão em Maputo por um período de dois anos. Eles terão o papel de interlocutores da Embrapa perante as instituições moçambicanas, como também farão a interação com os centros de pesquisa no Brasil, para identificar temas e formas de cooperação nas etapas seguintes do projeto.

Plano de desenvolvimento agrícola - A atuação da Embrapa insere-se no conjunto de ações sociais do projeto da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que venceu concorrência, em novembro último, para exploração do carvão de Moatize. O projeto prevê a participação da Empresa na elaboração e implantação de plano de desenvolvimento agrícola na região, que deverá promover o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar e gerar renda para as famílias engajadas na agricultura de subsistência

Em Moçambique, os parceiros da Embrapa serão o Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica, gestores do Plano de Desenvolvimento do Vale do Rio Zambezi, representantes do distrito de Moatize, ONGs, organizações de produtores e iniciativa privada. Para os primeiros dois anos, o projeto prevê a alocação de US$ 650 mil com o objetivo de planejar o desenvolvimento rural sustentável do Vale do Rio Zambezi.

Para o período subseqüente de 10 anos, prevê-se a alocação de mais US$ 2,7 milhões, que serão direcionados para transferência, adaptação e validação de tecnologias agrícolas e pecuárias, para desenvolvimento de cinturão verde e agricultura irrigada em Moatize e de sistema de produção de sementes locais, além de treinamento para implementação de sistemas agrícolas sustentáveis.

"Esses recursos devem ser destinados também a ações de gestão, monitoramento, avaliação, compartilhamento de experiências entre produtores e para promover mudanças comportamentais necessárias para a implementação de modelos de produção e desenvolvimento local", explica o diretor-presidente da Embrapa.

Campanhola ressalta que recursos adicionais poderão ser captados junto a países terceiros ou de órgãos internacionais, considerando que as equipes de pesquisadores terão a competência necessária para elaborar projetos de boa qualidade e que estejam focados nas demandas locais. Pretende-se também que com o desenvolvimento do projeto surjam oportunidades para que empresas brasileiras se instalem na África com o intuito de comercializar insumos e tecnologias agropecuárias.

"A iniciativa do Ministério da Agricultura, por meio da Embrapa, vai representar um salto na qualidade das relações bilaterais, atendendo a uma determinação do Presidente Lula de promover aproximação com países africanos de língua portuguesa", avalia o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

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