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Embrapa repassa tecnologia a produtores de pimenta-do-reino


Produtores de Tomé-Açu, no Estado do Pará, vão aprender a produzir um composto orgânico que reduz a incidência de doenças da pimenta-do-reino

Um composto orgânico que ajuda no controle de doenças na pimenta-do-reino é o tema de um curso que a Embrapa Amazônia Oriental (Belém – Pará), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promove dia 17, no município de Tomé-Açu. Trata-se do bokashi, um composto orgânico inoculado com microrganismos benéficos que reduz a quantidade de fungos no solo, responsáveis pela contaminação de doenças na planta.

O Pará é o maior produtor brasileiro de pimenta-do-reino, responsável por 90% da produção nacional, que em 2003 - último censo agropecuário do IBGE - foi de 67.197 toneladas. Deste número, o Estado produziu 57.067 toneladas no mesmo ano. Somente cinco mil toneladas são consumidas no país, o restante é exportado para a Europa e Estados Unidos. E o Brasil oscila entre o segundo e terceiro maior produtor dessa cultura no cenário mundial, sendo, portanto, a pipericultura uma fonte de renda para agricultores e empresários.

Atualmente existem sete cultivares de pimenta-do-reino recomendadas pela pesquisa no Estado. A mais antiga é a Singapura, introduzida no Pará pelos japoneses, em 1933. As outras seis foram desenvolvidas e adaptadas pela Embrapa de Belém.

Todas essas cultivares entretanto, são suscetíveis a fungos, que causam diversas doenças, como a murcha amarela e a fusariose. Esta última, causada pelo fungo Fusarium solani f.Sp., surgiu na década de 60 e desde então tem sido um dos principais problemas dos pipericultores dos municípios paraenses de Tomé-Açu, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Paragominas, entre outros. Desde o seu aparecimento, estima-se que a doença já tenha destruído mais de dez milhões de pimentais.

Na tentativa de minimizar o problema, a Embrapa Amazônia Oriental tem realizado diversas ações junto aos produtores de pimenta da região. O curso de capacitação para a produção de bokashi, ministrado pela pesquisadora Maria de Lourdes Reis Duarte, é mais uma delas e conta com a parceria da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), através do Funtec.

O composto é uma mistura de material orgânico fermentado, na ausência de ar (fermentação anaeróbica), com microrganismos benéficos presentes em folhas de bambu decompostas, por exemplo. Como material orgânico podem ser usados farelo de arroz, serragem, raspa de mandioca, casca de café, torta de dendê, tora de babaçu, entre outros. O bokashi é usado largamente em vários países para controle de doenças radiculares de hortaliças e outras culturas.

A demonstração da sua eficácia será feita em área de produtor, no município de Tomé-Açu, e está aberta à participação de produtores e técnicos agrícolas da região.

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