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Empresa aeroagrícola de Goiás treina pilotos para a temporada de incêndios 2020

Quinze profissionais tiveram aulas teóricas última semana


Foto: Arquivo

A última semana foi de treinamento teórico para os 15 pilotos que atuarão este ano nos plantões de combate a incêndios da Brigada Aérea da Aerotex, em Goiás, a partir de julho. A movimentação foi na quarta-feira (13), na sede da empresa. Durante cerca de seis horas, os profissionais repassaram os conhecimentos em navegação, meteorologia e fraseologia na comunicação via rádio, além de segurança operacional, boas práticas na Brigada Aérea e eficiência no combate. A programação ainda prevê duas horas de treinamento prático para os pilotos, o que deve ocorrer quando se iniciarem os plantões.

A Brigada atende produtores rurais no sudoeste goiano, em casos de incêndios em lavouras. Este é o terceiro ano do projeto, que conta ainda com a parceria do Sindicato Rural de Rio Verde. Pelo sistema da Aerotex, os produtores que aderem ao programa pagam a prontidão dos pilotos e do profissional de apoio em solo. E, quem acionar o serviço, paga as horas voadas dos aviões. Além disso, metade do arrecadado com a campanha a cada ano é direcionada para entidades filantrópicas de Rio Verde.

ENTRESSAFRA

A temporada de incêndios na região vai basicamente de julho a setembro, justamente na entressafra para as empresas de aviação agrícola. Daí a iniciativa de se criar um serviço de prontidão. “Antes, os produtores ligavam para nós pedindo apoio aéreo para as equipes que combatiam incêndios em terra, mas era mais difícil atender. Isso porque se trata de uma época em que normalmente os pilotos são dispensados”, explica Textor. 

O serviço conta com cinco aviões e, só no ano passado, foram realizados mais de 1 mil lançamentos de água contra chamas. O que totalizou 220 horas voadas em 140 acionamentos para combate a incêndios. O resultado foi também na distribuição de R$ 130 mil entre entidades sociais – Associação Beneficente Auta de Souza (Abas), Escola Dunga de Ensino Especial, Associação Beneficente André Luiz/Abal (Lar dos Vovôs), Patrulha Rural e outras.

PRERROGATIVA NACIONAL

O combate a incêndios florestais e em lavouras no Brasil é prerrogativa legal da aviação agrícola. Desde a década de 1990 empresas de aviação agrícola atuam quase todos os anos em defesa de reservas naturais – em parceria Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), secretarias estaduais de Meio Ambiente e outros órgãos.

Em 2019, a aviação agrícola brasileira atuou contra chamas na selva amazônica e em áreas de preservação no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do País e até em apoio do governo do Paraguai, na região do Chaco. Em abril deste ano deste ano, no Rio Grande do Sul, uma única empresa de aviação agrícola do município de Alegrete lançou mais de 97 mil litros de água em três operações contra incêndios em campo nativo em fazendas na região gaúcha da Campanha.

CRESCIMENTO

Segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Thiago Magalhães, o uso aviões do setor no combate a incêndios cresceu entre 20% e 30% entre 2018 e 2019. E a expectativa é de que continue nesse ritmo, já que, além as ações em áreas de preservação – em parceria com órgãos públicos e bombeiros, a iniciativa privada passou a recorrer mais aos operadores aeroagrícolas.

“Reconhecendo o custo/benefício para auxiliar as equipes de solo no combate a incêndios em lavouras”, completa. Para o dirigente, em um futuro bem próximo algumas empresas terão o combate às chamas como protagonista em seu rol de atividades. “Mas é um trabalho complexo, que demanda muito tempo de amadurecimento.” 

 

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