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Entidades do agronegócio do PR pedem interferência federal para escoar safra de soja


Entidades paranaenses ligadas ao escoamento da safra de soja enviaram ontem (17-03) ao ministro da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais, Aldo Rebelo, uma carta pedindo a interferência do governo federal junto ao governo estadual para resolver os problemas do porto de Paranaguá. As entidades entendem que a administração portuária está causando prejuízos ao agronegócio, uma vez que a soja embarcada por Paranaguá vale US$ 10 a menos por tonelada do que o grão exportado por outros portos brasileiros.

A carta é assinada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em conjunto com Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Organização e Sindicato das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). As entidades afirmam que, até o momento, o prejuízo dos agricultores que embarcam cargas por Paranaguá é de R$ 150 milhões.

Além do crescimento do prêmio portuário negativo – o que obriga os exportadores a darem um desconto aos compradores por causa de problemas logísticos –, a carta afirma que a fila de espera dos navios que chegam a Paranaguá está em 25 dias. Além disso, a multa por dia de atraso no embarque aumentou de US$ 10 mil, no ano passado, para US$ 50 mil ao dia.

As entidades lembram também que a movimentação de soja caiu 38% em Paranaguá, em relação a 2003, enquanto os embarques nos portos de Santos (SP) e São Francisco do Sul (SC) cresceram, respectivamente, 82% e 46%. A carta enviada ao governo federal diz que a transferência das cargas de Paranaguá para Rio Grande (RS) ou Santos (SP) encareceria o preço do frete em 20%.

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, disse ontem que a Ocepar e a Faep assinaram a carta porque são favoráveis à exportação de transgênicos. Ele afirmou que este é um ponto no qual o governo do estado não cederá. "São (entidades) desfavoráveis à agricultura, que desrespeitam as normas. Meu compromisso é com a sociedade e este é um porto público".

Quanto aos problemas com a dragagem e a dedetização do porto, Requião disse: "O contrato com a dragagem era irregular. Uma empresa brasileira recebia em dólar e terá de restituir dinheiro ao porto. A dedetização é feita por empresa contratada para fazer o serviço".

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