Enxerto pode reduzir tempo para araucária produzir pinhão

Araucárias provenientes de sementes levam até 15 anos para produzir pinhões. Mas esse tempo pode ser reduzido para até 10 anos com o plantio de árvores enxertadas. A técnica foi mostrada a extensionistas do Instituto Emater, profissionais das prefeituras, viveiristas e universitários da região de União da Vitória, Irati e Ponta Grossa, no último dia 22. A iniciativa faz parte do Projeto Pinhão, desenvolvido pela Embrapa e Instituto Emater, cujo objetivo é fortalecer a produção e comercialização do pinhão no estado do Paraná.

Pesquisas já desenvolvidas indicam que o enxertio além de reduzir o tempo de produção de pinhões também produz árvores de menor porte (de 3 a 20 metros) o que facilitaria o trabalho do produtor. Com essa prática o que se faz é enxertar o ramo de uma árvore adulta numa planta jovem, acelerando o processo de desenvolvimento da muda e produção de pinhões. Jonas Bianchin, do Instituto Emater de União da Vitória, disse que o enxertio pode ser feito em qualquer época do ano, mas é recomendado para a fase em que as plantas estejam mais ativas, como na saída do inverno. "Em dois meses o enxertio já dá sinais de que pegou", acrescentou. O extensionista informou ainda que há experiências de plantas enxertadas, com êxito, em Bituruna. Segundo Bianchin, como a região é tradicional produtora de erva-mate cultivada sob a sombra de araucárias, é desses pinheiros que os produtores costumam colher pinhão. "É isso que queremos mudar com as plantas enxertadas que produzem em menos tempo", observou o extensionista.

O pinhão é o terceiro produtor florestal não madeireiro produzido no Paraná, atrás da erva-mate e do palmito, e possui um grande potencial de crescimento, por se tratar de um alimento com forte apelo cultural aos paranaenses. Especialmente no Centro Sul do estado o plantio de araucária para a produção de pinhões é muito atraente para os produtores de erva-mate sombreada.