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Epamig recomenda novas cultivares de arroz e feijão para Minas Gerais

Minas Gerais é um dos principais produtores de arroz do Brasil


Minas Gerais é um dos principais produtores de arroz do Brasil

O estado de Minas Gerais é um dos principais produtores do Brasil de arroz e feijão, dois componentes essenciais na mesa do brasileiro. Desde a década de 70, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve pesquisas de avaliação e seleção de cultivares dos produtos, além do programa de melhoramento realizado em parceria com Embrapa e diversas outras instituições de pesquisa. O programa de melhoramento busca cultivares mais produtivas e com melhor aceitação no mercado.


Em 2012, por meio do Convênio Melhoramento do Feijoeiro para o Estado de Minas Gerais, que reúne a Epamig, a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Federal de Lavras (Ufla) e a Embrapa, será priorizada junto aos produtores mineiros a divulgação de oito novas cultivares de feijão melhoradas e recomendadas para plantio em Minas Gerais, mas ainda pouco conhecidas no Estado. São elas: BRSMG Madrepérola, BRSMG Majestoso, BRSMG União, BRSMG Realce e BRSMG Tesouro. Além delas, serão montadas unidades de demonstração envolvendo as cultivares BRS Estilo, BRS Cometa e BRS Esplendor, lançadas em 2011 por outros parceiros, mas agora testadas pelo convênio com recomendação estendida para Minas Gerais.

As cultivares melhoradas geralmente têm potencial de rendimento maior do que as mais antigas, especialmente por apresentarem maior resistência às principais doenças da cultura. Além desses fatores, o trabalho de melhoramento considera aspectos relacionados à qualidade dos grãos, como cor, tempo de cocção e qualidade do produto cozido, e ainda ao porte das plantas, resistência à seca e precocidade, observa o pesquisador da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, integrante do convênio. “O emprego de sementes de má qualidade tem sido a principal causa de problemas na cultura, com casos até de inviabilização do cultivo do feijão em determinadas áreas. Assim, recomenda-se o uso de sementes fiscalizadas oriundas de produtores idôneos, com campos de produção registrados e inspecionados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, ressalta.

Arroz

No primeiro semestre de 2012, será realizado Dia de Campo para divulgação de mais duas novas cultivares de arroz para Minas Gerais: BRSMG Rubelita e BRSMG Caçula. A primeira é recomendada para condição de irrigação por inundação em várzea e a segunda é indicada para terras altas com ou sem irrigação por aspersão. Essas cultivares apresentaram adaptabilidade e estabilidade de produção em diversas regiões de Minas Gerais. Segundo o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Plínio Soares (que também conduz pesquisas em arroz), antes do lançamento de novas cultivares são realizadas avaliações técnicas dos materiais genéticos, além de pesquisa de aceitação do produto por donas de casa, quanto à textura, sabor e aroma após o cozimento.

Para os orizicultores a pesquisa tem sido fundamental no incremento da produtividade do arroz e, consequentemente, no aumento da renda dos produtores, além de tornar o país menos dependente de importação desSe cereal. Como resultado dessas pesquisas, foram disponibilizadas 28 cultivares de arroz, sendo 16 recomendadas para condição de lavouras irrigadas em várzeas e 12 para as condições de terras altas. Atualmente, as cultivares para terras altas mais plantadas em Minas Gerais têm sido: BRSMG Relâmpago, BRSMG Curinga e BRSMG Caravera. Elas apresentam características como: alto potencial genético para produção de grãos, resistência à seca, ciclo precoce a médio adequado e qualidade culinária e industrial dos grãos. Já as cultivares BRSMG Seleta, BRSMG Predileta e BRSMG Ouro Minas são recomendadas para cultivo em várzea e também possuem alto potencial produtivo e qualidade culinária e industrial. São materiais de ciclo médio, ou seja, entre 130 e 135 dias.

Segundo Plínio, a produção de arroz e feijão em Minas Gerais é realizada, principalmente, por pequenos produtores, mas essas cultivares de arroz atendem do pequeno ao grande orizicultor. Ele explica que para o pequeno produtor, que tem menos capacidade de assumir riscos, é fundamental avaliar a época de plantio, que deve ser concentrado em outubro e novembro. O pesquisador também alerta para outro importante aspecto: o ponto ideal da colheita. “Deve ocorrer quando os grãos da panícula estão verde-amarelados”, explica.

Melhoramento genético em arroz

Recentemente aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), o projeto “Avaliação, seleção e recomendação de cultivares e linhagens de arroz irrigado em Minas Gerais” dará continuidade aos trabalhos desenvolvidos no programa de melhoramento genético do arroz da Epamig. O projeto, de autoria do pesquisador Plínio Soares, testará novas cultivares adaptadas às condições de várzeas. Serão realizados ensaios de avaliação nas Fazendas Experimentais da Epamig em Lambari (Sul de Minas), Leopoldina (Zona da Mata), Janaúba (Norte de Minas) e Prudente de Morais (Centro-Oeste). A previsão para conclusão desse projeto é de dois anos. Os resultados esperados são cultivares mais tolerantes às principais plantas daninhas e enfermidades, e que possuam grãos longos e finos, agulhinha, de boa qualidade industrial e de cozimento.

Pesquisas em feijão aumentam produtividade

Em Minas Gerais, o feijão é produzido em todas as regiões, sendo que o Noroeste destaca-se como principal produtor, responsável por aproximadamente 40% da produção do Estado. O feijão do tipo carioca é plantado em todas as regiões de Minas Gerais e a produção de outros tipos segue preferências regionais, como é o caso do feijão vermelho, muito apreciado na Zona da Mata, e do feijão preto, produzido nas regiões mais próximas do estado do Rio de Janeiro.


As pesquisas com feijão na Epamig começaram na década de 70 em parceria, principalmente, com a UFV, a Ufla e a Embrapa. O Convênio Melhoramento do Feijoeiro para o Estado de Minas Gerais foi oficializado em 2002 para o desenvolvimento de cultivares melhoradas de feijão, reunindo os principais grupos de pesquisa mineiros que trabalham com o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas às condições de cultivo do Estado.

Os impactos gerados pelas tecnologias desenvolvidas pela pesquisa são observados quando se compara a produtividade da cultura em Minas Gerais na década de 70 (abaixo de 500 kg/ha), quando as pesquisas ainda eram incipientes, com a atual (cerca de 1.400 kg/ha), ressalta Trazilbo José de Paula Júnior. Esses impactos têm reflexos diretos na economia do Estado e na qualidade de vida dos pequenos produtores, responsáveis ainda por grande parcela da produção de feijão em Minas.

Novas cultivares de feijão


A primeira cultivar lançada pelo Convênio Feijão MG foi a BRSMG Talismã, em 2002, seguida da Ouro Vermelho, BRSMG Majestoso (tipo carioca, plantas com padrão da cultivar Pérola), BRSMG Madrepérola (tipo carioca, mantém coloração clara do grão) e BRSMG União (tipo jalo). Em 2011, foram lançadas mais duas cultivares de feijão: BRSMG Realce, de grãos rajados, e BRSMG Tesouro, do grupo roxinho.

A cultivar BRSMG Realce originou-se do cruzamento entre as linhagens PR 95105259 e PR 93201472, e foi avaliada em 26 ambientes (locais e safras) de Minas Gerais. As principais características são: grupo comercial rajado; ciclo de 67 dias; porte da planta ereto; flor bicolor; cor da vagem na maturação: amarelo areia com estrias roxas; grão bege com rajas e pontuações vermelhas; brilho da semente: opaco; e peso de 100 grãos: 35,5 g.

A cultivar BRSMG Tesouro originou-se do cruzamento entre as linhagens FEB 163 e AFR 138-3, e foi avaliada em 26 ambientes (locais e safras) de Minas Gerais. As principais características são: grupo comercial: roxo; ciclo: 72 dias; porte da planta: semi-ereto; flor bicolor; cor da vagem na maturação: arroxeada; grão de cor roxa; brilho da semente: opaco; e peso de 100 grãos: 19,9 g.

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