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Erva mate pode virar cosméticos, refrigerantes e até ‘pó de café’

Seminário em Curitiba aponta oportunidades no mercado internacional


Que a erva mate é um capítulo importante da história do Paraná e do Brasil, ninguém tem dúvida. Agora, que dá para fazer cosméticos, refrigerantes e até “pó de café” com a planta, isso é novidade para boa parte dos entusiastas do bom e velho chimarrão. E são novidades como essas que foram buscar os participantes do Seminário Erva-mate XXI, na capital paranaense. O evento, que teve as inscrições esgotadas duas semanas antes de acontecer, começou na quarta (5) e segue até esta sexta-feira (7), na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), no Prado Velho, em Curitiba.
A iniciativa do encontro é da Embrapa Florestas, Ibramate, Instituto de Florestas do Paraná, Instituto Emater Paraná, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná/Curitiba e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Ives Gularte, analista da Embrapa Florestas, enfatiza que o seminário trata da modernização do cultivo da erva mate e da diversificação da cultura. “Trata de novas práticas, tecnologias tanto para produção, dentro da propriedade rural, e para o uso da erva mate, que não só o chimarrão”, descreve.

De acordo com a Embrapa Florestas, atualmente, a erva-mate é o principal produto não madeireiro do agronegócio florestal da região Sul do Brasil. São 700 indústrias beneficiadoras em 486 municípios produtores. Em 2014, pela ordem, os maiores produtores foram: Paraná (512,4 mil toneladas), Rio Grande do Sul (296,4 mil toneladas) Santa Catarina (123,8 mil toneladas), e Mato Grosso do Sul (2,8 mil toneladas). No total, 90% do produto é consumido na forma de chimarrão e o restante como chás. O setor gera 700 mil empregos diretos e indiretos gerados pelo setor e envolve 180 mil produtores rurais, a maioria de pequeno porte.

Mas os números poderiam ser muito melhores, principalmente em relação ao mercado internacional de erva mate. Heroldo Secco Junior, um dos palestrantes do evento, acompanha o setor há quase 20 anos. Ele brinca que dos Jesuítas (primeiros a processarem a erva mate comercialmente no Brasil) até agora, o que mudou de fato nos processos industriais da erva mate foi a câmera fotográfica. “Nós temos a tradição da erva mate vinculada a chimarrão e o mate gelado em copinho. Mas ela pode ser ingrediente para muitos outros produtos. Podemos enriquecer pães com a farinha de erva mate. Podemos enriquecer pudins, mistura com sucos”, cita ele que demonstrou em sua palestra até um “café” expresso de erva mate.

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