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Escocês prova que adubo de restos de comida aumenta produtividade no campo

Cientista montou uma horta na qual foram plantados hortaliças utilizando o adubo orgânico


O escocês Douglas McKenzie Boyle conhecido pelo projeto de transformar resíduos domésticos em adubo, desenvolvido no bairro Patrimônio Umuarama, deu mais uma amostra da viabilidade da sua tecnologia. Na tarde de quinta-feira (27/11), ele realizou a segunda prova de que o produto da máquina Rocket, além de salvar o meio ambiente, também tem alto valor produtivo quando aplicado nas culturas.

Em parceria com o pequeno agricultor Devair Catuzo, Douglas montou uma horta na qual foram plantados hortaliças utilizando o adubo orgânico, adubo químico e plantas sem nenhum aditivo. No caso da prova de eficácia de valor realizada nesta quinta-feira, foram colhidos pés de alface, todos plantados no mesmo dia. Esta foi a segunda avaliação dos produtos e, em ambas, a alface adubada com o material orgânico do projeto do bairro Patrimônio Umuarama ofereceu maior produtividade.

Na primeira amostra, realizada em agosto, a alface com adubo orgânico pesou 40% a mais que as outras. Agora na segunda fase dos testes, foram pesados quatro pés dos três tipos de alface e em média o orgânico pesou 325 gramas, o químico 265 gramas e o natural 150 gramas. Além de aumentar a produtividade, as hortaliças que foram adubadas com o material orgânico ficaram prontas para colheita duas semanas antes das que receberam adubação química e sem adubação.

Os números são taxativos e mostram que o material orgânico produzido pela Rocket tem alto valor nutricional e de material orgânico. Os solos arenosos têm falta de matéria orgânica, e o adubo, além de promover nutrição, sendo bem balanceado, também oferece matéria orgânica. “Este composto ajuda a segurar a umidade no solo, melhorando o desenvolvimento das raízes e também evita erosão do Arenito Caiuá”, ressaltou Boyle.

O cientista ainda explicou que agora depende dos testes de sabor, firmeza e durabilidade na geladeira. Porém, a maioria dos testes cegos que fez anteriormente, as pessoas gostaram mais dos produtos orgânicos. “Orgânico é um bom negócio, além da questão ambiental”, finalizou.

O produtor - Para o agricultor Devair Catuzo, acolher a ideia de Boyle significou na sua propriedade diminuir o impacto que o homem proporciona na terra. “Descobri o Douglas e unimos as forças. Eu tinha a terra e ele a ciência. Investi com ele e plantamos essa ideia para produzirmos dados e mostrarmos que o ambientalmente correto é a saída mais correta e fácil. Fizemos as primeiras amostra e acreditei ainda mais, precisamos agredir menos e produzir mais”, exclamou o umuaramense.

Projeto no bairro - Desde que chegou a Capital da Amizade, Boyle começou a desenvolver um projeto que foi aderido por praticamente todos os seus vizinhos. Sem nenhum fim lucrativo, o escocês coloca à disposição da comunidade a Rocket, que é uma tecnologia que transforma resíduos domésticos em adubo, no período de apenas 14 dias. “Dentro da máquina colocamos os resíduos orgânicos, que basicamente são restos de comidas sólidas. Esse material é movimentado pelas pás internas da máquina, a cada meia hora. Com esse movimento, várias bactérias surgem e dão início à decomposição, elevando também a temperatura da máquina e eliminando o surgimento de outras bactérias que causam doenças. Após esse processo, retiramos o material e colocamos em caixas que posteriormente é peneirado e pronto para o uso”, destaca o geólogo. A participação da comunidade se dá pela entrega dos resíduos domésticos.

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