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Esforço acelerado para agregar valor

Os cafeicultores do Cerrado mineiro aceleram o esforço para agregar valor ao produto em um momento de baixa no mercado


De Patrocínio e Monte Carmelo - Os cafeicultores do Cerrado mineiro aceleram o esforço para agregar valor ao produto em um momento de baixa no mercado, admitida por vezes de modo reticente. "As nossas vendas caíram um pouco. As vendas diretas para o Japão antes da crise mundial eram de 1,2 mil sacas por ano. Este ano devem ficar em 200 sacas. Até o final do mês passado eu estava com 2 mil sacas vendidas para o ano que vem. Na mesma época em 2008, eu já havia vendido 4 mil", afirmou Gláucio de Castro, que possui 800 mil pés de café plantados na região de Patrocínio.

De acordo com Gláucio, a necessidade de agregar valor subiu nos últimos anos, com os investimentos para aumentar a produtividade na fazenda. "Há sete anos eu conseguia cerca de 34 sacas por hectare, hoje tiro 40. Mas o custo operacional do hectare subiu 40% desde 2002", afirmou.

Sem boas perspectivas de comercialização este ano, Gláucio aproveitou para renovar o cafezal. Replantou 25% de sua área de 240 hectares. Em Patrocínio, Gláucio deve produzir 9 mil sacas de café. O produtor colhe outras 11,5 mil sacas em uma fazenda em Barreiras, na Bahia.

Grande produtor, Francisco Sérgio de Assis também reduziu a sua produção em seus 2 milhões de pés de café em 540 hectares em Monte Carmelo. "Aproveitei para fazer o replantio em 15% da minha área e poda em 20% da lavoura", disse ele. "Com isso, devo fazer nesta fazenda uma safra de 15 mil sacas, cerca de 30% abaixo do que vinha sendo obtido", afirmou Assis.

O presidente da cooperativa Expocaccer, Geraldo Eustáquio de Miranda, relativiza o momento ruim do mercado. "Houve uma virtual paralisação no mercado de cafés especiais. Os consumidores que pagavam os maiores prêmios foram os mais atingidos. Houve processos de substituição de marca".

"Mas considerando-se toda a venda global, crescemos. No ano passado comercializamos 415 mil sacas e este ano vamos comercializar 450 mil. A receita de vendas deve passar de R$ 128,3 milhões para R$ 140 milhões", acrescentou.

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