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Estados Unidos pedem sobretaxa para o suco brasileiro


Produtores de laranja e processadores do suco da fruta da Flórida, nos Estados Unidos, requereram nest segunda-feira (27-12) ao governo norte-americano que imponha taxas sobre os fabricantes brasileiros de suco, acusando-os de vender o produto naquele país a preços abaixo do custo, o que caracterizaria "dumping".

Os produtores da Flórida também pediram à Comissão de Comércio Internacional dos EUA e ao Departamento do Comércio que investiguem as práticas de preços de quatro produtores de suco. As agências devem tomar uma decisão nos próximos meses.

O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas. Atualmente, o suco brasileiro já paga uma taxa de importação para entrar nos EUA. Tanto é assim que produtores brasileiros compraram plantações e fábricas processadoras na Flórida para evitar essas taxas.

"Do nosso ponto de vista, a meta deles é atrofiar a indústria e manipular o mercado em detrimento dos produtores de cítricos da Flórida", disse Andy LaVigne, vice-presidente do Florida Citrus Mutual, a maior companhia de cítricos daquele Estado.

A petição encaminhada ao governo acusa os processadores brasileiros de vender suco de laranja concentrado congelado nos EUA a preços 37% menores que os de custo. No caso de suco de laranja pasteurizado não-concentrado, a diferença que eles apontam é de 78%.

Estima-se que milhares de galões de suco brasileiros sejam importados pelos EUA nesta estação pois os laranjais daquele país foram afetados por furacões. As companhias nomeadas na petição dos produtores norte-americanos são Citrosuco, Cutrale, Louis Dreyfus e Sucos Cargill.

O porta-voz da Cargill, David Feider, disse que a companhia vendeu sua divisão brasileira de sucos. Representantes das demais empresas não quiseram comentar ou não foram encontradas. Neste ano, até novembro, o Brasil exportou para o Nafta (Área de Livre Comércio da América do Norte), da qual os EUA fazem parte 138.893 toneladas de suco concentrado de laranja, segundo dados da Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos).

Camarão:

É ao menos a segunda vez em 12 meses que produtores norte-americanos pedem imposição de sobretaxas por parte do governo a produtos brasileiros. No outro caso, decidido na semana passada, os produtores de camarão acusavam os brasileiros de vender seu produto abaixo do custo. A sobretaxa imposta ao camarão brasileiro foi de 10,4%.

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