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Estagnação mantém Brasil como roça do mundo

Os tributos elevados incentivam as exportações apenas de matérias-primas


O Brasil ainda é um fornecedor de matéria-prima. E isso tem a ver com o baixo índice de empregos e distribuição de renda. Dados divulgados pela Abiove (associação que representa as indústrias de óleos vegetais) mostram o distanciamento cada vez maior do Brasil da industrialização de produtos e o avanço das exportações apenas de matérias-primas.

Nas últimas cinco safras de soja, a produção brasileira aumentou em 33%. Nesse mesmo período, o país elevou em 53% as exportações de grãos e diminuiu em 3% as de farelo de soja. Já as vendas externas de óleo subiram apenas 8%.

Com sérios desvios na tributação desses produtos, o País desestimula a industrialização interna e incentiva as exportações apenas de matérias-primas. Com isso, o país caminha para ser a roça do mundo, ao contrário do que fazem os vizinhos argentinos, que priorizam as exportações de produtos com maior valor agregado, avalia o jornalista Mauro Zafalon, da Agência Folha, ao analisar as conseqüências da falta de avanço da industrialização.

Bons resultados Os produtores de soja do Mato Grosso estão obtendo dez sacas a mais por hectare neste ano e vendendo o produto por R$ 10 a mais do que em 2006. Ou seja, estão embolsando R$ 100 a mais por hectare.

Além da receita maior, os produtores tiveram custo menor de pelo menos R$ 100 na produção. Ou seja, estão embolsando R$ 200 a mais do que na safra anterior, por hectare. Os dados são de Anderson Galvão, da consultoria Céleres, de Uberlândia (MG).

Esse início de recuperação financeira do setor, no entanto, tem um preço. Produtores do Mato Grosso avisam que já há pressão nos preços de adubos, de fertilizantes e de defensivos agrícolas, o que pesará principalmente na próxima safra.

A chuva pode ter prejudicado a qualidade de parte da soja naquele Estado, mas não impediu uma safra excepcional. Levantamento da Céleres, a ser divulgado na próxima semana, indica safra matogrossense de 15 milhões de toneladas.

No Paraná, o efeito do clima não foi uniforme sobre a safra de soja, mas de maneira geral foi bom. O Deral mantém a previsão de 11,8 milhões de toneladas, comparadas às 9,25 milhões do ano passado. A produtividade foi boa, cresceu 27,5% enquanto a área plantada cresceu apenas 1%, ou seja, o Paraná este ano está dando mais soja por hectare.

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