Estiagem acelera colheita do que resta da soja gaúcha
A forte seca que derrubou em mais de 60 por cento a produção de soja no Rio Grande do Sul
A forte seca que derrubou em mais de 60 por cento a produção de soja no Rio Grande do Sul, historicamente o terceiro maior produtor do Brasil, provocou por outro lado um avanço maior da colheita no Estado neste ano, informou um técnico da Emater-RS.
"A seca acelerou a maturação. Mesmo com desenvolvimento insatisfatório, propiciando grãos maduros e verdes em uma mesma planta, a colheita tem de ser feita em alguns casos", disse o engenheiro agrônomo da Emater Odilon Soares da Costa.
De acordo com boletim semanal da Emater divulgado nesta sexta-feira, 17 por cento da área plantada está colhida, contra 14 por cento da série histórica.
Na comparação com 2004, quando houve uma seca menos prejudicial à lavoura, os trabalhos no campo estão atrasados --o índice registrado nesta época no ano passado foi de 23 por cento.
A estiagem reduziu a safra gaúcha deste ano para 3,2 milhões de toneladas.
Das lavouras que não sofreram danos irreversíveis, a maior parte (44 por cento) está na fase de enchimento de grãos, 34 por cento está madura e 5 por cento está em floração.
Segundo o boletim da Emater, "à medida que avança a colheita, menores são os rendimentos obtidos e pior é a qualidade...".
O técnico da Emater afirmou que está chovendo nesta sexta-feira no Rio Grande do Sul, porém a meteorologia, segundo ele, não indica tendência de chuva prolongada que poderia prejudicar a colheita.
Com relação ao milho, que teve perdas de 55 por cento devido à estiagem --a produção deve ser de 2 milhões de t--, 52 por cento das lavouras estão colhidas e 26 por cento prontas para a colheita.
Costa informou ainda que a seca deverá reduzir em 30 por cento a área da segunda safra de milho. Dessa forma, o Rio Grande do Sul, que não é um grande produtor de safrinha no país, não deverá semear mais de 300 mil hectares.