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Estiagem afeta a produção de batata em Minas Gerais

Saca de 50 kg está sendo negociada em torno de R$ 110


O comprometimento da qualidade e da produtividade de batatas em Minas Gerais, devido à estiagem e às altas temperaturas, está alavancando os preços do produto. No Alto Paranaíba, maior região produtora do Estado, a saca de 50 quilos é negociada em torno de R$ 110. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Estado, a produção da primeira safra deve somar 503,7 mil toneladas, queda de 6,81% frente a igual período produtivo anterior.

De acordo com o extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) - escritório de Perdizes, no Alto Paranaíba -, Roberto Carlos Brandão, os preços vêm se mantendo firmes, devido à demanda da indústria e de outros estados.

"Boa parte da produção de batatas da região do Alto Paranaíba é destinada à indústria, além disso, outros estados produtores também registraram perdas na produção causada pela seca, e isso tem limitado a oferta e sustentado os preços em patamares elevados", disse.

A produção da primeira safra de batatas no município de Perdizes, maior produtor estadual, ocupa área de 1,5 mil hectares. A safra gira em torno de 67,5 mil toneladas.

Ainda segundo o representante da Emater na região do Alto Paranaíba, as perdas foram minimizadas devido ao uso de irrigação. "A cada ano aumenta o número de produtores que investem na irrigação, o que é fundamental para evitar prejuízos. As áreas não irrigadas tiveram perdas significativas com a estiagem", observou.

Mercado - Com a redução da oferta estadual, a saca de 50 quilos do produto é negociada atualmente a R$ 110, valor 120% superior ao registrado em dezembro, quando começou a colheita da primeira safra, e 10% superior ao registrado em igual período do ano passado. O valor é considerado altamente lucrativo, já que o custo de produção gira em torno de R$ 50 por saca de 50 quilos.

De acordo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o Índice de Preços Recebidos pelos Produtores (IPR) da batata subiu 197% no acumulado de 2014. Somente em março, o acréscimo foi de 46,8%.

Para a coordenadora da Assessoria Técnica da Faemg, Aline Veloso, o impacto nos preços foi provocado pela estiagem no início do ano. "A falta de chuvas impactou na produção resultando na diminuição da qualidade e da produtividade das lavouras. A menor oferta no mercado mineiro está ligada também ao encaminhamento de parte da produção do Estado para outros mercados, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro", disse.

A previsão do IBGE para Minas Gerais é de uma produção na primeira safra de 503,7 mil toneladas, o que representa decréscimo de 6,81% sobre as 540,5 mil toneladas produzidas em igual safra de 2013. A segunda safra deve somar 397,6 mil toneladas, redução de 5,29% quando comparado com as 419,8 mil toneladas colhidas anteriormente.

A região do Alto Paranaíba é a maior produtora do Estado, respondendo por cerca de 46%. Na região são destinados ao cultivo da batata primeira e segunda safras cerca de 11,8 mil hectares. O rendimento médio é de 35,1 toneladas por hectare, o que totaliza produção de 416,7 mil toneladas. A segunda maior região produtora é o Sul de Minas, onde são colhidas nas duas primeiras safras do ano 407,6 mil toneladas, em área de 14,8 mil hectares.

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