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Estiagem antecipa maturação da soja no Paraná

A falta de chuva provocou a antecipação da colheita, e pode reduzir a área plantada


O Paraná já colheu 89% da safra de soja, mas não há motivo para comemorações. A estiagem prolongada que castigou o estado forçou a antecipação da colheita nas regiões mais atingidas. Na mesma época no ano passado, 20% dos grãos ainda estavam na lavoura. Neste ano, a seca antecipou a maturação dos grãos, mas prejudicou a sua formação. O resultado é uma produção com qualidade inferior à do ano passado.

A expectativa do Departamento de Economia Rural (Deral) é de que dentro de dez dias a área plantada de soja no Paraná seja colhida. Somente depois disso é que o departamento poderá avaliar as perdas deste ano. Até o mês passado, a estimativa de quebra da lavoura era de 23%, a maior dos últimos 20 anos. Ela poderá ser reavaliada quando houver a definição da colheita, diz o chefe do setor de previsão de safra do Deral, Dirlei Antônio Manfio.

Em regiões onde a safra já foi colhida, os agricultores puderam avaliar os estragos causados pela estiagem. Na região Noroeste, a colheita se encerrou na semana passada, e o Deral apontou perdas de 26%, a maior em todo o estado até agora. Os 202,5 mil hectares da região renderam 453,1 mil toneladas de soja. Por conta do prejuízo, a área plantada poderá sofrer uma redução pela primeira vez nos últimos oito anos. Desde 1997, quando a cultura passou a ser estimulada na região, a área plantada anualmente só tem aumentado. Em 97, por exemplo, a soja ocupava aproximadamente 30 mil hectares.

No Norte Pioneiro, a colheita se encerra no fim de semana e deve ser a pior safra dos últimos oito anos, segundo o Deral de Jacarezinho. De acordo com o chefe do departamento, José Antonio Gervásio, logo após o plantio os números indicavam que os 27 municípios que fazem parte da área de atuação do órgão chegariam a uma produção de quase 220 mil toneladas. Mas a perspectiva se frustrou e a região colheu 165 mil toneladas. Alguns municípios da região apresentaram quebra superior à média registrada. É o caso de Cambará, que registrou perda de 36% da lavoura. A situação não é diferente na região Oeste do estado. Com 98% da lavoura colhida, a estimativa do Deral é de que a quebra na região de Cascavel seja superior a 20%.

A região Sul do estado, última a encerrar a colheita, está com 90% das lavouras retiradas do campo. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral de Ponta Grossa, José Roberto Tosato, a seca atingiu a região na fase de floração e frutificação da soja, a mais crítica da cultura. Com isso, a qualidade dos grãos ficou comprometida. A estimativa é que a região registre uma quebra de 25% na expectativa de produção de 1,3 milhão de toneladas. Até a semana passada, ela estava em 996 mil toneladas.

Situação mais delicada é a da região Sudoeste. Em Pato Branco, por exemplo, os produtores colheram 75% da área plantada e a estimativa do Deral é de que aproximadamente metade da produção seja perdida pela falta de umidade.

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