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Estiagem dificulta plantio de soja no Rio Grande do Sul

Em algumas regiões o potencial produtivo já está 10% menor


Foto: Marcel Oliveira

O plantio de soja pouco avançou no Rio Grande do Sul na semana que passou devido à estiagem, principalmente na metade Norte do estado. As áreas implantadas correspondem a 91%, o que representa 5,8 milhões de hectares, dos quais 5% estão em floração. Em regiões produtoras com maior déficit hídrico, a cultura nesse estágio demonstra sinais de perda de potencial produtivo. Os dados são do Informativo Conjuntural, da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

Na região de Soledade, a cultura de maneira geral volta a apresentar sintomas de estresse hídrico, com folíolos pendentes. Por conta do déficit hídrico que perdurou durante grande parte do ciclo, a maioria das lavouras apresenta estatura de plantas abaixo do normal para a época, muitas delas florescendo, e isso compromete a produtividade.

As consequências do déficit hídrico são mais graves em municípios do Alto da Serra do Botucaraí, onde faltando plantar 20% da área, e faz estagnar o crescimento e o desenvolvimento de plantas das lavouras semeadas. A falta de chuvas prevista para os próximos dias preocupa os agricultores que não têm como semear soja em solo com baixo teor de umidade, ainda mais pelo fato de que o zoneamento da cultura termina em dezembro.

Na de Santa Rosa, na semana, foi observada intensificação do estresse hídrico das lavouras onde as chuvas foram de menores volumes. A perda de água foi acentuada pelos ventos e as altas temperaturas, principalmente no final da semana. Foram observadas ocorrências de tripes em algumas lavouras em estádio mais desenvolvido. Algumas áreas apresentam falhas por morte de plantas (damping off) ou por escaldadura, ambas decorrentes das altas temperaturas. Segue em andamento o monitoramento de ferrugem, com coletor de esporos instalado em 29/11 em área de 5,2 hectares em Cerro Largo.

Na região de Frederico Westphalen, o quadro é extremamente preocupante devido aos baixos índices pluviométricos ou até mesmo à ausência de chuvas em muitos municípios, afetando seriamente o desenvolvimento da cultura, atrasando a finalização da semeadura e comprometendo o potencial produtivo. As precipitações isoladas ocorridas nos últimos dias não foram suficientes para amenizar a situação. O potencial produtivo já está 10% menor. A semeadura ainda não foi finalizada; a cultura encontra-se 13% em floração. Os agricultores realizam manejo de plantas invasoras; não foi relatada a presença de pragas. Em algumas áreas com plantas em estádio V3-V4, há algumas doenças de final de ciclo como mancha olho-de-rã e antracnose, e agricultores aplicam fungicida marco zero para manejo.

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