CI

Estiagem diminui incidência de ferrugem

A falta de chuvas que assola a região de Carazinho evita o aparecimento do fungo


A falta de chuvas causadas pela estiagem prolongada que assola a região de Carazinho evita o aparecimento do fungo causador da doença
 
A partir do mês de janeiro, quando o cultivo de soja entra em seu ciclo final, é comum o aparecimento da ferrugem, causada por espécies de fungo do gênero Phakopsora. Os principais sintomas da ferrugem da soja são observados nas folhas localizadas na parte baixa da planta. A presença de água na superfície da folha é um fator essencial para o início do processo de infecção pelo fungo. Por isso a estiagem como a que assola o Estado, impede o surgimento de doenças na planta, e quando há ocorrências, não se desenvolve de forma explosiva. A safra de soja 2011/2012 deve registrar os menores índices de focos de ferrugem nos últimos cinco anos, devido ao ciclo de forte seca. A ferrugem compromete o desenvolvimento da planta e reduz a produtividade. Desde setembro, segundo dados do Consórcio Antiferrugem, foram apenas 43 casos no país, contra 121 ocorrências no mesmo período do ciclo passado.

Com o aparecimento das lesões, ocorre o desfolhamento precoce comprometendo a formação e o enchimento das vagens, reduzindo o número e o peso dos grãos. A recomendação dos pesquisadores é que se faça o controle da lavoura com fungicidas no fechamento da entrelinha ou no início da floração, estes são os momentos mais indicados. “A consulta a um engenheiro agrônomo auxilia a tomar esta decisão, mas esta primeira aplicação é extremamente importante, pois é possível contar com um residual efetivo dos fungicidas em torno de 21 dias”, explica o técnico responsável pelo Escritório da Emater/RS - Ascar de Carazinho, Dauri Varaschin.
 
No momento em que o produtor verificar ou ficar em dúvida se sua lavoura está infectada com a ferrugem ele deve procurar um especialista, que poderá identificar se é realmente o fungo da doença. “A partir desta identificação a primeira atitude é aplicar a lavoura, ou seja, fazer o controle com fungicida imediatamente, pois cada dia que a gente perde tendo a ferrugem na lavoura é um dia a mais com a doença e os danos causados por ela são irreversíveis”, ressalta Varaschin.

Não há registros de incidência nas lavouras de Carazinho, segundo o Escritório Municipal da Emater/RS - Ascar. No município, atingido pela prolongada falta de chuva, o controle com a ferrugem assusta menos do que enfrentar os reflexos de déficit hídrico. "Se aparecer a doença é porque está chovendo e doenças o produtor pode controlar, mas a seca não", afirma o coordenador técnico da Cotrijal, Fernando Martins. Segundo estimativa da Emater, a quebra de produção da oleaginosa varia de 30% a 40%, uma perda de 864 kg/ha antes previstas.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.