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Estiagem no sul do país vai provocar queda de 9% na produção

O Brasil deve colher 12,4 milhões de toneladas a menos, o que se constitui na maior redução da história agrícola brasileira


A forte estiagem que atingiu os estados da região Sul e partes do Mato Grosso do Sul e de Goiás foi a principal responsável pela redução de 9% na previsão da safra agrícola 2004/2005, conforme afirmou nesta terça-feira (22-03) o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira.

Com base na pesquisa de campo realizada por técnicos da Conab na semana passada, ele disse que o estado mais prejudicado foi o Rio Grande do Sul, com perda de 66,7% da produção estimada em dezembro do ano passado, principalmente nas culturas de soja e milho.

Há três meses, a Conab previu safra agrícola de 131,9 milhões de toneladas de grãos em todo o país. Mas, em decorrência da intensidade da estiagem, o Brasil deve colher 12,4 milhões de toneladas a menos, o que se constitui na "maior redução da história agrícola brasileira", de acordo com Jacinto Ferreira.

Como resultado, a atual safra agrícola repetirá números semelhantes aos da safra anterior, quando o país colheu 119,2 milhões de toneladas. As quebras mais acentuadas estão previstas nas produções de milho (-7,5%), feijão (-5,2%) e sorgo (-5,1%).

Segunda maior produção do país em volume (perde apenas para a soja), a safra de milho vai perder 3,152 milhões de toneladas em relação à safra anterior; a produção de feijão vai cair 156,9 mil toneladas; e serão colhidas 103,4 mil toneladas de sorgo a menos.

A produção de soja, muito prejudicada pela estiagem, ainda assim será 6,7% maior que na safra anterior. Aumentará de 49,770 milhões de toneladas para 53,119 milhões de toneladas, de acordo com o levantamento da Conab, pois a área plantada com a lavoura cresceu 7,6%, ou 1,609 milhão de hectares em todo o país.

Parte da quebra de produção de soja foi compensada pelo aumento da produtividade da lavoura no Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Piauí e Bahia, segundo o presidente da Conab. Ele enfatizou, porém, que os prejuízos foram grandes principalmente no Rio Grande do Sul, com perdas de 6,1 milhões de toneladas; Paraná, menos 1,63 milhão de toneladas; e Mato Grosso do Sul, com menos 1,051 milhão de toneladas.

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